Acabei de comprar dois livros usados a partir da Amazon.co.uk. Inglaterra é uma mercado fantástico para livros usados. Cada livro custou-me £0,01. Mais barato que isto não é possível. É claro que convém dizer que os portes foram de £ 3,95 por livro. Essa parte é que é dolorosa. Mas pronto, sempre sai mais barato que comprá-los novos, e cá não os encontrava.
Mas esta história de ser possível comprar livros usados por 1 penny dá que pensar. Podemos começar logo por pensar por que carga de água não está o mercado dos livros usados mais desenvolvido em Portugal. A ideia que tenho é que os alfarrabistas têm livros mais na categoria das relíquias do que propriamente na dos usados. Será que as pessoas têm pudor em separar-se dos seus livros? Talvez seja isso. Pela minha parte gosto de ver os meus livros na prateleira. É algo que me orgulha e enche de prazer. E é também uma forma de memória. Como a minha é muito má tenho medo de esquecer os livros que li se desaparecerem da prateleira.
A ideia de vender os livros que tanto prazer me deram também me faz espécie. Quase parece uma forma de prostituição. Se bem tenho muitos que considero mauzinhos e que bem podia trocar ou vender. Mas é aquele volume na prateleira que me custa perder. A hipótese de oferecer os meus livros então nem me passa pela cabeça. Os livros são tão caros, que limitar-me a oferecê-los parece um pouco parvo... sim, sou um pouco forreta.
Uma história engraçada relativamente a livros passou-se quando estive duas semanas a trabalhar em Inglaterra. Fiquei num hotel excelente, género palacete. Uma das mordomias que tinha era um conjunto de prateleiras com livros para os hóspedes lerem. Comecei a ler um deles e reparei que já tinha um certo percurso pelo mundo. Tinha um carimbo de uma livraria em Jakarta. E tinha escrito numa das capas o nome de um hospital em Inglaterra. E daí deve ter ido parar ao hotel. E agora está em minha casa porque eu voltei para Portugal antes de acabar o livro e não quis deixar de o ler até ao fim. Tenho de o pôr a circular outra vez. Como aquela iniciativa dos Bookcrossers.
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