quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Atira, atira!


Marcelo Rebelo de Sousa é uma jóia de pessoa. Primeiro há que agradecer o serviço público que presta com regularidade e que consiste em explicar o que Cavaco pretende dizer sempre que coincide mexer a boca, com expirar e fazer vibrar as cordas vocais. É verdade que é um processo complicado, o que pode explicar a quantidade de vezes que é necessário explicar os conceitos que passavam na cabeça de Cavaco quando calhou tropeçar na língua. E talvez por ser tão frequente de certa forma compreendo a preocupação do Professor com a prática nacional do tiro ao Cavaco. Na minha perspectiva chega a ser cobardia criticar Cavaco. É como pregar partidas a um ceguinho ou ver um bêbado a dirigir-se para uma estrada movimentada e em vez de o tentar impedir, procurar o melhor local para colocar a cadeirinha para assistir ao espectáculo. Afinal, a culpa não é dele, ele simplesmente não é capaz de fazer melhor. Infelizmente, porque a sua profissão a isso obriga, não pode deixar de se pronunciar. É uma pena para ele a para o país.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Padrão Presidencial

O nosso actual Presidente da República (PR) segue um padrão muito interessante. Quando lhe fazem perguntas incómodas começa por responder tentando colocar-se acima dos restantes mortais e depois desvia a conversa. Quando lhe perguntaram sobre as acções do BPN, a resposta do PR foi que era tão honesto, mas tão honesto, que qualquer pessoa teria de nascer duas vezes para ser mais honesta do que ele. Quando lhe perguntaram qual a razão que o levou a dar meia-volta no percurso para a António Arroio, começou por responder que foi uma razão de força maior, que no passado, enquanto Primeiro-Ministro já tinha enfrentado muitas situações de vários tipos, passando depois a divagar sobre questões de economia. Quando a pergunta foi repetida por outra jornalista, perguntando-lhe qual teria sido a razão de força maior, teve o descaramento de dizer seguia a política de, uma vez respondida uma pergunta, não voltar a respondê-la. Ao que a jornalista retorquiu que ele não tinha respondido exactamente à pergunta que lhe tinha sido colocada. Mas esta já não teve direito a resposta por parte do PR.

Cavaco Silva sabe em que país vivemos. Sabe que não estamos em Inglaterra onde um ministro acusado de ter convencido a mulher a assumir uma multa de trânsito que era dele se demite quando o caso é conhecido. O ex-ministro demitiu-se para que as suas responsabilidades não fossem prejudicadas pela distracção decorrente do processo judicial que inevitavelmente se seguiria. Também sabe que Portugal não é a Alemanha onde o Presidente se demitiu por indícios de suborno. Na Alemanha o Ministério Público não se ensaia de pedir o levantamento da imunidade do próprio Presidente se houver indícios de prevaricação.

Sobre Cavaco muitas dúvidas se abatem, mas Cavaco nunca se sente abatido. Cavaco, o homem que nunca tem dúvidas e raramente se engana, seguramente por influencia divina, está acima de explicações. O que acaba por ter as suas vantagens porque já se percebeu que quando Cavaco se alonga no discurso facilmente mete os pés pelas mãos. Cavaco é o homem que se pode dar ao luxo de se queixar das dificuldades que tem em fazer face às suas despesas mensais, esquecendo-se de referir € 11.800,00 dos  rendimentos mensais do seu agregado familiar. Não fosse pelo Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e nunca ninguém saberia o que o PR pretendia dizer em vez do que na realidade disse.

Num país onde muitos parecem imunes à responsabilidade criminal, não é de estranhar que as responsabilidades moral e política sejam conceitos alienígenas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Morrer todos morremos

Tanta gente a rejubilar pela morte de um homicida triplo e não se apercebem que o homem matou duas mulheres e uma menina e ainda escolheu quando e como morrer. O homem furtou-se à Justiça, a 25 anos entre quatro paredes com o desprezo e violência dos restantes reclusos e com o remorso diário pela barbaridade que cometeu. Trata-se de um homem que tinha sido diagnosticado com depressão crónica e para quem a morte foi seguramente uma libertação. Mas não falta quem pense que o verdadeiro castigo foi a antecipação de algo que a todos está reservado. Exercitem esse cérebro, faz-vos falta.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

E agora, algo completamente diferente


Uma das grandes pedras de toque da Apple é que a Microsoft se limitou a copiar as suas ideias na criação do Windows. O processo evolutivo do Windows foi marcado por inúmeros processos da Apple por infracção de diversas patentes, sendo assumido que no início a Microsoft utilizou mesmo determinados componentes e conceitos patenteados pela Apple, uns através de licenciamento, outros nem por isso. Mas parece que finalmente a Microsoft criou uma interface realmente diferente. A nova interface do Windows Phone 7 tem um paradigma completamente diferente relativamente às interfaces do iPhone (iOS) e do Android, sendo que o Android se colou muito ao iPhone em termos gráficos. No fundo, as interfaces do iPhone e do Android passam muito por uma adaptação do conceito de área de trabalho (desktop) com a interacção pelo toque. Já a Microsoft optou por um conceito completamente inovador que se centra no conteúdo em detrimento do impacto gráfico. Esta interface segue uma linguagem de desenho a que a Microsoft chamou Metro e que a própria Microsoft descreve da seguinte forma:

"Metro is the name of the new design language created for the Windows Phone 7 interface. When given the chance for a fresh start, the Windows Phone design team drew from many sources of inspiration to determine the guiding principles for the next generation phone interface. Sources included Swiss influenced print and packaging with its emphasis on simplicity, way-finding graphics found in transportation hubs and other Microsoft software such as Zune, Office Labs and games with a strong focus on motion and content over chrome.

Not only has the new design language enabled a unique and immersive experience for users of Windows Phone 7; it has also revitalized third party applications. The standards that have been developed for Metro provide a great baseline, for designers and developers alike. Those standards help them to create successful gesture-driven Windows Phone 7 experiences built for small devices."

A PC Word faz uma análise comparativa dos 3 sistemas operativos que é muito interessante. Resta saber se   a opção da Microsoft vai convencer os utilizadores de telemóveis, que têm tendência a optar mais em função do brilho que da facilidade de utilização.

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