This blog's purpose is to help me consolidate my thoughts about science, politics and social issues, whatever. Past entries all in Portuguese, current ones either in English or Portuguese. Depends on context.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Um abraço para o Cláudio Ramos
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Cocktail Engenho
Inventei um novo cocktail. Chama-se Engenho porque a necessidade é mãe do engenho e fiz com o que havia cá em casa.
- 1,5 medidas de vinho do Porto
- Agua tónica a gosto
- Esfregar o bordo do copo com vidrado de lima
- Juntar num shaker a lima, a jeropiga e o Porto
- Agitar à bruta e coar para um copo
- Juntar o vidrado e água tónica a gosto
Bem bom!
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
O João Quadros é uma besta
terça-feira, 10 de novembro de 2015
A Palhaçada
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
O Burguer de Caranguejo do Prego da Peixaria
domingo, 18 de outubro de 2015
O Eleitorado - Uma visão imbecil do sistema democrático
Às 3:03 da manhã do dia 4 de Outubro, todos os portugueses maiores de idade falam em uníssono, como que controlados por uma força superior que os usasse para projectar os seus pensamentos. São o mítico e muito debatido Eleitorado. Apesar de constituído por milhões de indivíduos, o eleitorado comporta-se como uma amálgama controlada por telepatia como se de marionetas se tratassem. Existe um propósito superior no voto do eleitorado que deve ser interpretado de forma correcta para que o Governo tenha a forma pretendida por… pela referida força superior. Chamemos-lhe a Mística Força Eleitoral (MFE). Tal como controla o eleitorado, a MFE controla também os não eleitores. Enquanto decorre o processo de alinhamento do eleitorado, os não eleitores encontram-se completamente alheios ao que se passa, estando também eles sujeitos a um estado de transe que os impede de se aperceberem do que se passa. Enquanto os eleitores falam, os não-eleitores não falam nem escutam. Eleitores e não eleitores ficam todos como que repentinamente congelados. Quem se encontrava deitado, deitado ficou. Quem se encontrava em movimento, ficou repentinamente estático, apoiado ou em pleno ar, porque quando o eleitorado se alinha, até as Leis da Física são suspensas. Heis o que diz o Eleitorado num coro de tal maneira sincronizado que se as Leis da Física não tivessem sido suspensas seria possível caminhar pelas ruas de Portugal ouvindo o discurso de forma contínua sem que o volume do som variasse sequer.
“Somos o Eleitorado. Como acontece antes de todas as eleições estamos reunidos para acordar o resultado das eleições. Nas Legislativas de 2015 vamos dar uma maioria relativa à coligação PSD/CDS mas daremos uma maioria absoluta aos partidos de esquerda.”
Seria de esperar que, com poderes absolutos ainda que temporários, (a MFE apenas se manifesta às 3:03 dos dias de eleições), a MFE tomasse posições eleitorais completa e absolutamente isentas de ambiguidade. Afinal, na sua temporária omnisciência, a MFE conhece todos os mecanismos que levam ao desenho da composição do Governo da República Portuguesa. Mas os desígnios da MFE são insondáveis. Apenas os analistas políticos têm uma remota possibilidade de entrever o objectivo final da MFE.
Ora vamos lá a ver! O “Eleitorado” não quer coisa nenhuma porque o Eleitorado enquanto organismo singular com uma vontade única não existe. O Manel há-de querer um Governo PaF e que o PS amoche, o Jaquim há-de querer que o PS governe com a bênção e pouca conversa do BE e da CDU, a Ariana gostava imenso que o PaN governasse apenas com o apoio de todos os animaizinhos e plantinhas de Portugal e outros existirão que, tendo votado em branco, num partido ou apenas desenhado um Zé Bastos no boletim de voto, querem mesmo é que não os chateiem. O sistema eleitoral português não está feito para interpretar a vontade de nenhuma entidade mítica. Sem entrar em grandes detalhes que também não conheço a fundo, é composto por seis fases distintas:
As regras são estas. Andar para aí a dizer que é preciso saber interpretar a vontade dos eleitores é uma completa idiotice. O sistema não funciona assim e existem tantas interpretações como opiniões. O que é certo é que existem regras. Dizem que estão na Constituição ou o camandro. Desde que estas sejam cumpridas, qualquer resultado final é válido. O resto são balelas! E uma coisa é certa, no fim haverá sempre alguém insatisfeito e poderá até acontecer que ninguém fique satisfeito. Mas é o sistema e só temos que o seguir. Quem não gostar deste, que proponha outro, reúna 2/3 dos votos dos deputados e altere a Constituição.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Condições de governabilidade
sábado, 26 de setembro de 2015
Uns pipis do c...
domingo, 16 de agosto de 2015
So the guy is stupid, do we have to fire him?
sábado, 1 de agosto de 2015
Não sei o que foi mas arrependo-me
domingo, 7 de junho de 2015
Tópico interessante mas não infinito
Ao ler entradas minhas antigas neste blogue encontrei uma que falava do blogue All About my Pachacha... perdão, Vagina. Como já não ia lá há que anos resolvi dar uma saltada para ver como iam as modas. Fiquei surpreendido ao verificar que a escritora tinha esgotado o tema. Aparentemente a imaginação faleceu em Fevereiro de 2008, o que é uma pena para quem gosta do tema, mas por outro lado também traz alguma esperança porque fica claro que o esforço necessário para dominar o tema é finito.
Ai Jasus...!
Sim, o JJ saiu do Benfica para o Sporting. E depois? Alguma vez alguém pensou que ele era um Benfiquista ferrenho? E que fosse? Devia ter aceitado as propostas que o Luís Filipe Vieira lhe tentou fazer engolir pela garganta abaixo propostas para ir para a Rússia ou para a Turquia? Devia ter aceitado ficar no Benfica a ganhar menos quando o Sporting lhe ofereceu mais? Por que é que o Benfica não renovou contrato a tempo e horas? E cabe na cabeça de alguém propor uma pioria das condições a um treinador que trouxe o primeiro bi-campeonato dos últimos 15 anos?
- 3 Campeonatos Nacionais
- 1 Taça de Portugal
- 1 Supertaça "Cândido de Oliveira"
- 5 Taças da Liga
- 2 Finais da Liga Europa
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Ovos mexidos com legumes salteados
sábado, 16 de maio de 2015
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Deve ser lixado ser mulher
domingo, 26 de abril de 2015
Já sei quem é o autor da Criada Malcriada!
domingo, 12 de abril de 2015
Het pint sucks
domingo, 5 de abril de 2015
Tortilha mexicana com camarões
sexta-feira, 27 de março de 2015
De que tamanho serão?
domingo, 15 de março de 2015
O Fim do Mundo - Parte II
sábado, 14 de março de 2015
It's the end of the world as we know it
- Perdidos - Um avião despenha-se numa ilha e os sobreviventes depressa chegam à conclusão de que a ilha não é só uma ilha. Uma mescla de ciência e mística condiciona as opções dos sobreviventes.
- Revolution - a criação acidental de uma inteligência de entidades de tamanho nanoscópico resulta no desligamento da electricidade a nível mundial. A electricidade deixa de existir e a consequência é o desmembramento da sociedade com o retorno a um modelo feudal/nova fronteira. Na prática os EUA regressam ao século XIX com uns toques de século XX mas limitados às roupas e ao armamento mecânico.
- Walking Dead - Um vírus converte cadáveres em zombies o que resulta no fim da civilização fazendo com que os poucos sobreviventes retrocedam à idade média: estabelecer uma comunidade é quase impossível e a vida limita-se a pouco mais que a capacidade de sobreviver, obrigando as poucos vivos a uma vida de caçadores-recolectores em constante migração. Os vivos têm de sobreviver não só aos zombies como aos restantes sobreviventes que abandonam as mais básicas regras de vida em sociedade para retrocederem até à pré-história: a tribo, a caça, um local seguro para pernoitar, sobrevivência.
- The Strain - um nosferatu, um drácula da vida resolveu fazer agora a sua ofensiva definitiva. O seu caixão é enviado para Manhatan num avião e depois deste aterrar todos os passageiros menos quatro aparecem mortos. Os mortos ressuscitam, mas o seu destino é o mesmo dos sobreviventes: transformarem-se em vampiros para conquistarem o mundo em nome do seu mestre. Começando logicamente por Manhatan, nos EUA, como todas as desgraças de jeito. É impressionante como não há porcaria de invasão extraterrestre ou praga zombie que não comece nos EUA.
- The Dome - uma misteriosa redoma invisível mas muito palpável isola uma vila americana do resto do mundo. É impossível entrar ou sair, apenas uma pequena quantidade de ar circula, mas mesmo esse é mínimo. Sem limites impostos pelo exterior o presidente da câmara põe as manguinhas de fora e toda e qualquer decência desaparece, precedida pelos abusos da autoridade e o ataque aos mais básicos direitos humanos. As facções definem-se e o confronto é inevitável.
Todas estas séries são uma variação do mesmo tema: o Apocalipse. Por que é que estas séries têm tanto sucesso? Eu acho que é porque a vida se complicou terrivelmente:
- As crianças já não têm direito de o ser, a pressão para terem boas notas começa muito cedo e os pais sentem-se obrigados a estudar com os seus filhos desde muito cedo. Por exemplo a professora do meu filho de seis anos que anda no primeiro ano disse hoje na turma que eles podiam chumbar.
- Já não existem empregos para a vida. Hoje em dia ser funcionário público já não é garantida nenhuma e muito menos trabalhar para uma empresa privada.
- Aparecem novas profissões todos os dias e as profissões antigas estão a desaparecer.
- A expectativa de que os nossos filhos venham a ter uma vida melhor que a nossa é cada vem menor. Muito pelo contrário parece quase garantido que terão um movimento descendente na escada social.
- A especialização tanto pode ser uma bóia de salvação como um beco sem saída. Não é possível prever.
- Os bancos vão à falência e entregar dinheiro ao balcão de um é o mesmo que jogar na roleta russa: não existe a garantia que o dinheiro não é colocado em aplicações financeiras contra as nossas instruções e não parece ser possível condenar que abusa desta maneira da confiança das pessoas.
- A vida na cidade não permite que os mais novos cuidem dos mais velhos mas a confiança de que todos terão direito a Segurança Social é cada vez menor.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Receita de molho de tomate
sábado, 17 de janeiro de 2015
Charlie Hebdo e a Liberdade de Expressão
Como exemplo do que está em causa não poderíamos arranjar melhor nem mais paradigmático do que a proibição de desenhar Maomé. Não quero entrar na discussão de se de facto Maomé pode ou não ser desenhado, o que parece que nem para os próprios muçulmanos é tão líquido como isso. A questão, bem mais fundamental e bem mais profunda, é a seguinte: podem membros de uma religião impor ao membros de outras e até aos agnósticos, os seus princípios e proibições? Penso que a resposta será clara para todos: NÃO! Se fosse possível aos muçulmanos impor à consciência e actos de crentes de outras religiões e a não crentes a proibição de algo tão básico como o de fazer um desenho, porquê parar por aí? Onde é que colocaríamos a linha vermelha do que não estaríamos dispostos a deixar de fazer mesmo que isso ofendesse os muçulmanos? E já agora, e todas as outras religiões? Não terão os hindus o direito de se sentirem ofendidos por nós comermos carne de um animal sagrado, ou seja, a vaca? Que outras proibições mirabolantes se seguiriam para evitar ofender as delicadas sensibilidades dos seguidores das centenas de religiões que são hoje seguidas neste planeta? Vamos deixar de cantar e dançar porque os muçulmanos fanáticos acham que isso não é permitido? Vamos proibir o acesso das mulheres à educação porque os talibãs se sentem ofendidos? Vamos apedrejar as mulheres que forem violadas pelo crime de adultério? Vamos excomungar quem comer bivalves, o que o Leviticus 11:10 considera uma abominação? Etc.
Parece-me que a resposta deve ser clara. Aqui, em França e noutros países as sociedades evoluíram para se tornarem mais abertas, tolerantes, igualitárias e "tendencialmente" laicas. Como tal não pode haver cedências naqueles que são os princípios básicos da Civilização Ocidental. Desenhar Maomé pode ser visto como uma ofensa? Lamentamos muito, mas cá no burgo isso não é proibido. Quem se sentir ofendido é livre de apresentar os seus argumentos em tribunal e procurar a devida compensação.
Finalmente, a sátira, não só não deve ser proibida, como não deve sequer ser limitada. A sátira tem um papel essencial para a Democracia. Na suas formas escrita, oral e desenhada serve para pôr a nu as incoerências e hipocrisias da Sociedade e dos seus actores principais e funciona como uma das formas de escrutínio da Democracia e das suas instituições. Portanto, não, não podem haver limites à Liberdade de Expressão e sim, pode-se gozar com as crenças e as práticas religiosas, políticas e sexuais de todos, sejam eles muçulmanos ou de outra religião qualquer.