domingo, 26 de abril de 2015

Já sei quem é o autor da Criada Malcriada!

Estava a conversar com a minha mulher sobre uma série de coisas e a conversa foi ter à divertida tirinha d'A Criada Malcriada. Perguntei-me sobre o que levaria alguém a dar-se ao trabalho de ser anónimo na publicação de algo tão inócuo como essa tirinha humorística. A conversa direcionou-se para se seria um homem ou uma mulher. Ao ver uma outra tirinha que aparece agora no blogue Maria Capaz e que se chama Verónica, a Mulher Divorciada pensei "só pode ser uma mulher. Algum homem se lembraria daquelas conversas dos casacos, dos vernizes das unhas e dos vestidos?" Mas depois pensei "espera lá, isto podia ser mesmo um homem. Só alguém que tivesse uma reputação a defender se daria ao trabalho de manter um anonimato para algo que não tem uma obscenidade ou qualquer coisa que seja de reprovável. Talvez a simplicidade destas tirinhas contraste com um trabalho de décadas de grande seriedade. E foi então que se fez luz. Quem foi o homem que seguiu uma vida inteira dedicada à literatura, com uma obra de uma qualidade inatacável que passa pela poesia, ensaio, romance, crónica e tradução de obras de extrema complexidade e valor histórico? Quem é que tem uma lista de prémios literários do tamanho do meu braço? Quem? Vasco Graça Moura, claro está! O homem simulou a sua própria morte para se poder dedicar a uma obra que, sendo de qualidade, será também de uma tal simplicidade que se torna incompatível com uma vida inteira a enfrentar e ultrapassar desafios complexos. Com 72 anos, merecia uma pausa...

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