Admitamos, a febre do gin não passa de um chamariz para simplórios que acham que a vida deles melhora consideravelmente se forem vistos com uma bebida que possa ser identificada rapidamente como sendo "da moda". A moda do gin é ideal para aquelas pessoas que usam o facebook para convencer os seus conhecidos de que têm a vida perfeita. São as pessoas que valorizam mais a forma que o conteúdo.
This blog's purpose is to help me consolidate my thoughts about science, politics and social issues, whatever. Past entries all in Portuguese, current ones either in English or Portuguese. Depends on context.
domingo, 4 de janeiro de 2015
Gin - a bebida da moda
Nesta passagem de ano um dos convidados trouxe gin de duas marcas diferentes para fazer cocktails para os restantes convivas. Veio munido de um conjunto completo de utensílios de barman, de ingredientes para preparar os cocktails, uma garrafa de gin Bulldog e outra de outra marca que me escapou e finalmente água tónica da marca Nordic que, segundo nos explicou, era muito mais cara do que a Schweppes. Entre os ingredientes contavam-se pimenta rosa, cardamomo, sementes de anis, papaia, toranja e lima. É possível que houvessem mais ingredientes, mas não os fixei. Preparou três cocktails diferentes, embora eu só tenha bebido dois. O terceiro limitei-me a experimentar de outra pessoa porque à hora que era já não me apeteciam bebidas frias. Foi muito bom ter tido este contacto com os cocktails da moda a preços reduzidos (os custos foram divididos por todos, mas não incluíram o salário do barman) porque me permitiu confirmar uma suspeita que tinha desde que a indústria da animação nocturna decidiu eleger o Gin como bebida da moda e veículo para incrementar as receitas: as bebidas alcóolicas não sabem melhor só porque as passam a vender mais caras, ou porque as vendem em garrafas mais bonitas ou ainda porque enchem os copos em que são servidas com coisas coloridas. A única razão que vejo para cobrarem mais dinheiro por aqueles cocktails é o trabalhão que dá ao empregado de bar encher o copo de coisas que não têm outro efeito que não seja mudar a apresentação do velho e estafado gin tónico. O primeiro e o terceiro cocktails, apesar de num boiarem uma casca de lima e uma rodela de toranja e no outro uma espiral de papaia e possivelmente pimenta rosa, a verdade é que em termos de sabor não passavam de gins tónicos vestidos com uns trapinhos diferentes. Sabiam exactamente ao mesmo que os gins tónicos com a velhinha Schweppes que eu bebia há vinte anos atrás. O segundo cocktail já era melhorzito. Incluía anis que lhe dava um sabor adocicado diferente do tradicional Gin tónico.
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