quarta-feira, 12 de julho de 2006

Um olho no burro, outro no cigano

A criança já tinha feito cocó o que era óbvio pelo cheiro que lhe vinha das fraldas. Apesar disso tinha trazido o redutor da sanita, colocara-o e insistia que queria fazer cocó. Dada a insistência e visto que os pais estavam a tentar que ele deixasse as fraldas, o pai, que estava sozinho com o menino, decidiu fazer-lhe a vontade. Com muito cuidado tirou-lhe a fralda completamente borrada e sentou o menino bem centradinho no redutor.

- O papá vai só deitar a fralda, está bem? Não saias daí.
- Quim - respondeu a criança

Dez segundos depois o pai estava de volta. Lançou um grito jogando as mãos à cabeça ao ver que o menino já não estava correctamente sentado. Tinha-se chegado para o lado, colocando uma das bochechas no assento. Correu para a criança e sentou-a correctamente. O assento estava agora bem barrado de merda.

- Oh filho, o pai tinha-te dito para ficares sentado... - dizia o pai numa lamúria e olhando a criança nos olhos. Foi então que reparou que o menino tinha apoiado a mão sobre a superfície borrada.

- NÃO!!! - gritou o pai novamente, agarrando na mão da criança - não podes pôr a mão ai, tá sujo!!!

A criança começou a fazer beicinho, num início de choro que já fazia rolar grossas lágrimas. Acto contínuo leva a mão suja à boca

- AAAAAAAAAAAHHHH - gritava o pai desesperado, tirando-lhe a mão da boca. O beicinho estava prestes a tornar-se num choro arrasador, pelo que o pai mudou rapidamente de expressão para um sorriso forçado.

- Não chora, bebé, pronto, não chora. Desculpa, desculpa, o papá dá beijinho.


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Isto aconteceu-me ontem à tarde

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