terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Moss usou cocaína?

E depois?

Alguém me explica isto? Alguém conhece a lei inglesa relativa a este assunto? Por que carga de água é que a mulher tem de ir prestar declarações à polícia?

Enviei uma mensagem à polícia metropolitana de Londres a perguntar isto, pode ser que tenham um tempinho para responder

BBC NEWS | UK | Police quiz Moss over 'drug use'

10 comentários:

Carlota disse...

Porque (alegadamente, como tanto dizem os nossos jornalistas)praticou um crime e está sob investigação policial?:)

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Certo... mas não me ajudaste muito, pois não? Em Inglaterra consumir drogas é um crime? Recordo que em Portugal não é.

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Pedro, o que descreveste é a situação em Portugal ou em Inglaterra?

Em relação à Moss, pelo que percebi ela não foi propriamente apanhada com droga. Foi um paparazzi que conseguiu tirar um foto dela a consumir.

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

7 anos (mais multa) por posse para consumo? Porra, em Inglaterra são duros. Isso para mim não faz sentido, mas se é essa a lei, o que eu faria era mandar os senhores da Scotland Yard levar na bilha e deixava-me ficar nos EUA ou onde fosse que estivesse. E ela tem dinheiro para viver onde lhe apetecer.

Mas suponho que o que se passou foi que a Kate Moss tenha feito um acordo com o Ministério Público no sentido de colaborar e prestar declarações a troco da garantia de não ser levada a tribunal e poder voltar a viver livremente no Reino Unido. Ela deve ter considerado que a humilhação de todo o processo era um preço suportável para poder voltar ao RU e para o Ministério Público e para a polícia esta deve ter sido uma boa oportunidade, por um lado para mostrar que o consumo de drogas tem consequências legais, por outro para não deixar passar a mensagem errada de que uma pessoa importante e conhecida pode ser apanhada a consumir e não sofrer consequências. Eles disseram claramente que ela é vista como um ícone e que se deixassem passar em claro estavam a transmitir a mensagem errada para os jovens que lhe querem seguir o exemplo.

Na minha opinião a criminalização do consumo é um abuso legislativo que permite ao Estado condicionar as pessoas em algo que apenas a elas lhes diz respeito. Enquanto ela consumir na sua privacidade e não fizer alarde disso as autoridades deviam abster-se de a incomodar. Quanto ao argumento de que as fotos dela a consumir tornam esse consumo num acto público parece-me que o acto só se tornou público devido a uma prática de violação do direito à privacidade pela obtenção de fotos de forma desleal e absolutamente nojenta, que aliás é prática comum naquele e noutros países. Esses ratos de esgoto que são os paparazi vivem à custa da exploração das celebridades e nunca são punidos por isso. Isso para mim é que é inaceitável.

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

"A sociedade é adulta e,por isso, que extraia as conclusões acerca do individuo consumidor."

Nesse estás de acordo com a prática de actos obscenos em público? Se por exemplo me apetecer dar uma ali nos corredores do Metro do Marquês do Pombal em plena hora de ponta, desde que seja com o consentimento da minha parceira e que sejamos ambos adultos, devo-me sujeitar apenas aos olhares reprovadores dos transeuntes e eventualmente recusar ofertas de participação no acto? Ou talvez se justifique uma detençãozinha? Acho que à limites para o que se pode fazer em público, ou achas que não?

Quanto aos paparazi também acho que deve haver limites para as situações em que podem tirar fotos. Por exemplo tirar fotos com lentes potentes de dentro da casa de uma pessoa e publicá-las parece-me inaceitável. Em todas as relações simbióticas existem limites aos benefícios que cada parte pode tirar da relação. Por exemplo, nas relações sado-masoquistas costuma haver um acordo em que se a parte masoquista disser determinada palavra o sádico pára. Os búfalos deixam que os pássaros lhes catem os parasitas, mas se os pássaros aproveitam para bicar na ferida são afastados.

Achas que depois de ter perdido contratos, a Kate Moss quer que continuem a falar dela por ter usado drogas?

"Aliás, só "botas abaixo" os paparazi quando são inconvenientes..."

Eh pá, não é por mim, que felizmente não tenho parasitas a viver à minha custa. O que me parece é que nessa relação que tu apresentas como simbiótica, há uma das partes que é sempre beneficiada, os paparazi, enquanto que a outra parte por vezes é beneficiada mas nas restantes é prejudicada. Penso que o que seria aceitável seria haver um código de conduta quer por parte dos fotógrafos quer por parte das revistas sensacionalistas. É claro que as revistas não estão interessadas nisso, mas ninguém as obriga a publicar tudo o que lhes oferecem.

Para ilustrar que nem sempre é obrigatório seguir pelo caminho mais escabroso e que a imprensa pode ter bom senso e respeito pela privacidade das pessoas tenho dois exemplos. Um deles aconteceu há poucos anos quando descobriram que o François Miterrand tinha uma filha já adulta fora do casamento. Quando lhe perguntaram se a rapariga era filha dele ele respondeu qualquer coisa como "Sim, é minha filha, e depois?". E pronto, não se falou mais no assunto.

O outro é o que se passou nas últimas décadas em Espanha. O Rei de Espanha é o que se pode chamar de lady's man. Toda a gente sabe mas é daquelas coisa de que ninguém fala. A imprensa ignora completamente o assunto.

É que há coisas que, por muito que nos dê gozo saber, não são mesmo da nossa conta.

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Eu não estou a comparar uma coisa com a outra. Tu usaste como argumento que não devia haver controlo sobre o consumo em público porque as pessoas eram livres de fazer os seus próprios julgamentos. O que eu digo é que isso não pode ser dito só assim, porque há outras coisas que é ponto assente que toda a gente pode fazer, como é o caso do sexo, mas nem por isso se considera aceitável que sejam feitas em público. Ou achas que é mais degradante um queca entre duas pessoas que se dão bem do que um fulano a chutar?

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Eh pá, tu és incrível. Lá deturpar as palavras dos outros sabes tu. Deve ser uma coisa de advogado.

"Desculpa lá, mas efectivamente procedeste à comparação entre duas situações, para mim, distintas..."

Desculpa lá, mas não. Se quiseres podemos continuar a dizer sim e não alternadamente.

"De qualquer forma, e respondendo directamente à tua pergunta: não considero a prática de sexo degradante... se tu o consideras..."

Em primeiro lugar não respondeste à minha pergunta. Limitaste-te a responder ao lado na esperança de marcar pontos. Mas infelizmente eu não me deixo vencer por essas tácticas. O facto de não considerares o sexo degradante, e nem vou responder à tua sugestão relativamente ao que eu acho, não te impede de ter uma opinião relativamente a chutar droga. Ou seja, se o sexo não é degradante, mas chutar é, então chutar é indubitavelmente mais degradante que o sexo. Isto é lógica da mais pura e simples.

Portanto, a questão a que queres fugir, mas que se continua a pôr é:

1. O sexo não é degradante
2. O sexo é algo que ninguém vê como criminoso
3. No entanto não é permitido fazer sexo na via pública
4. Chutar droga na via pública é um mau exemplo
5. Chutar na via pública constitui um espectáculo deplorável e degradante
6. Chutar na via pública é ainda um risco para a saúde pública quando as seringas são deitadas para o chão

Em face a tudo isto dá-me uma boa razão para que seja aceitável fazê-lo na via pública quando, por exemplo, o sexo que não é nada disso é proibido.

Porque sim?

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Ok, faz sentido. A sociedade acha que o sexo cosntitui um perigo mas a droga não. Que estranha visão do mundo.

Mas se estavas a tentar determinar o sentimento da sociedade, achas de facto que esta considera aceitável a utilização de drogas na via pública? Pensa lá melhor, porque não me parece. Não terás visto milhentas pessoas como eu já vi na tv a protestarem contra cenas como as que se viam no Casal Ventoso? Ou achas que o que as preocupava era só a questão da venda ilegal de droga?

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Ena, tenho razão. Porreiro. Mas nesse caso acho que podemos chegar a um acordo. A Kate Moss não foi apanhada a chutar, eu não disse isso. Acho que foi fotograda a snifar. Mas tu não especificaste o tipo de consumo de droga que achavas que devia ser permitido, logo abriste a porta a que se falasse de outras formas de consumo. A questão que se põe então é se a lei deve permitir todo o tipo de consumo na via pública ou se deve proibir alguma natureza de consumo que possa ser considerada mais ofensiva, ou como eu classifico, obscena e degradante, como é o caso de chutar na veia. Não sei se ao classificares as cenas tipo "casal ventoso" de lamentáveis estás a abrir a porta a uma eventual proibição desse tipo de consumo.

Sinceramente e fazendo uma comparação apesar de serem de natureza diversas, parece-me que o consumo de drogas tal como o sexo se caracterizam pela procura de um prazer de natureza orgástica. Como tal deve ser feito na intimidade ou no seio de um grupo de amigos. Tal como o sexo. Por isso não vejo como errado que seja proibido na via pública. Se de facto se optar por permitir todo e qualquer consumo na via pública, então acho que é apenas justo que o sexo também passe a ser.

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

"(...) teria de fazer uma tese de mestrada antes de responder ao teu blog..."

O que me parece perfeitamente adequado, dada a qualidade do mesmo.

"Das duas uma: ou tens uma ideia muito errada do que é o sexo, ou muito boa do que é a droga..."

Bem, de facto não sei qual é a tua visão do sexo. Na minha visão o prazer orgástico está-lhe associado, fico triste se para ti não é assim, acho que irias gostar muito mais.

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