segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Finalmente?

Um dos brinquedos que estou há alguns anos à espera que o mercado ponha à disposição é um leitor de livros electrónicos que use a tecnologia de visualização tipo tinta electrónica e que seja realmente prático.


A Sony já tinha posto à venda no Japão o Librié, que me parece ter sido um flop e que talvez por isso nunca tenha sido vendido internacionalmente. Alguns fanáticos importaram a versão japonesa e um grupo ainda menor dedicou-se a tentar crackar o aparelho que tinha sérias limitações ao nível do tipo de ficheiros que permitia visualizar. Na prática a Sony fez mais uma das suas e limitou a importação de ficheiros aos livros que disponibilizou na sua loja na net, o que limitava seriamente o interesse que alguém pudesse ter no aparelho. Mais tarde disponibilizou aplicações que convertiam ficheiros de outros formatos para o formato aceite pelo Librié. Mas esse era só um dos problemas do leitor electrónico. O facto de toda a interface ser em japonês e de o tempo de mudança de página ser bastante longo reduziram ainda mais as vantagens que este aparelho poderia ter.



Mas eis que entra em cena o Sony Reader. Ainda não vi nenhuma crítica ao aparelho que aliás ainda não está à venda. Mas olhando para ele e de acordo com as informações que obtive há algumas coisas que são óbvias:

  • parece mais robusto

  • parece ter uma interface mais amigável

  • a interface é em inglês

  • pode ler ficheiros em formato PDF e JPEG

  • o ecrã mostra 4 níveis de cinzento

  • aceita cartões de memória do tipo Memory Stick e Secure Digital (SD)


O facto de poder ser utilizado como leitor de mp3 pode servir como mais um incentivo, se bem que pare mim não tem grande interesse e servirá mais para reduzir o tempo da bateria. Parece-me que a grande vantagem é a possibilidade de ler textos em PDF, o que tendo em conta que nos dias de hoje se consegue converter qualquer documento para este formato alarga grandemente os horizontes deste novo dispositivo. Ainda há grandes discussões relativamente a limitações do aparelho em mostrar textos num formato agradável e dinâmico e em relação à possível dependência relativamente a formatos proprietários de ficheiros.

Actualmente as seguintes editoras de livros e manga (BD japonesa) já têm acordos com a Sony para editar os seus livros em formatos compatíveis:

  • Random House

  • HarperCollins Publishers

  • Penguin-Putnam

  • Simon & Schuster

  • Time Warner Book Group

  • Tokyopop (editora de Manga)




Também é possível ler BD, mas limitada aos 4 níveis de cinzento

Para mim a grande vantagem destes dispositivos é a sua capacidade para armazenar centenas de livros, artigos obtidos na net e o facto de serem muito mais práticos que um livro. Se considerarmos iniciativas como o Projecto Gutemberg que já digitalizou milhares de clássicos da literatura que já não estão sujeitos a direitos de autor, é fácil de ver que com um aparelho destes podemos ter acesso a um universo quase inesgotável de livros.

O Sony Reader ainda não está à venda. O lançamento nos EUA está previsto para a próxima Primavera, o que arrefece um pouco os entusiasmos, principalmente se nos recordarmos que estamos no cú da Europa. Seguramente que não vai estar disponível no meu aniversário. Não faço ainda ideia de quanto custará, mas para referência o Librie custava cerca de 430 €... sem portes.

P.S.1: para quem esteja interessado neste aparelho é possível receber um aviso quando estiver disponível. Podem fazê-lo aqui.

P.S.2: entretanto encontrei informação adicional sobre o antecessor do Reader, o Librié. Este artigo explica como converter textos para o Librié. Para além disso li algo que não sabia. A Dynamism exporta os Librié para fora do Japão já com o sistema operativo em inglês.

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