Afinal o MN4-2004 não vai acertar na Terra tão cedo. Porreiro, já me sinto melhor.
POL | Ciências | O asteróide MN4-2004 já não tem hipóteses de vir a colidir com a Terra, diz a NASA
This blog's purpose is to help me consolidate my thoughts about science, politics and social issues, whatever. Past entries all in Portuguese, current ones either in English or Portuguese. Depends on context.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2004
quarta-feira, 29 de dezembro de 2004
Asteróide pode atingir a Terra em 2029
Vinha esta notícia ontem no Público. Já não é a primeira vez que se houve falar neste assunto, mas desta vez o asteróide está classificado com nível 4 na escala de Torino, uma escala de 0 a 10 que classifica o perigo que representam os objectos celestes para a Terra. Aparentemente, de acordo com os estudos disponíveis do movimento do asteróide, existe 1 possibilidade em 60 de este vir a atingir a Terra em 2029. Ora isto torna as coisas um pouco desconfortáveis, especialmente se tivermos em conta que as probabilidades de ganhar o Totoloto são bem mais modestas, mais precisamente 1 em 13.983.816, o que não impede que quase todas as semanas alguém ganhe o primeiro prémio.
Mas uma coisa que era referida na notícia e que me pareceu extremamente interessante. Existe uma organização chamada "Foudation B612" que se dedica ao objectivo "significantly alter the orbit of an asteroid by 2015". Ainda não tive tempo para explorar mas parece-me que será interessante. Na página de abertura diz que podemos ajudar. Será mais um projecto de computação distribuída?
Mas uma coisa que era referida na notícia e que me pareceu extremamente interessante. Existe uma organização chamada "Foudation B612" que se dedica ao objectivo "significantly alter the orbit of an asteroid by 2015". Ainda não tive tempo para explorar mas parece-me que será interessante. Na página de abertura diz que podemos ajudar. Será mais um projecto de computação distribuída?
terça-feira, 28 de dezembro de 2004
SAPO - Pesquisa por vagina
Ok, afinal o meu blogue aparece logo como apontador nº1 quando se faz uma pesquisa por vagina. Decidi acrescentar uma frase à descrição do meu blogue para tornar ainda mais claro que não é sobre vaginas. Daqui a uns dias já deve aparecer a nova frase e com sorte deixo de ter visitas à procura de vaginas...bom, na realidade quase todas as visitas vêm à procura de vaginas. Enfim...
All About My Vagina
Encontrei este sítio fantástico:
.
Já que vem parar tanta gente ao meu blogue depois de fazerem uma pesquisa por "vagina", decidi fazer também uma pesquisa e ver em que lugar aparecia o meu blogue. Aparentemente nem é na primeira página. Acho estranho que o pessoal pesquise por "vagina" em vez de "cona" ou "cunt". Acho que para os objectivos faria mais sentido. Vagina é tão clínico.
Mas como dizia, encontrei o tal All About My Vagina. Nunca pensei que se pudesse escrever tanto sobre o assunto. Mas afinal, eu não tenho uma, como é que havia de saber? A autora discorre sobre assuntos tão fascinantes como o acto de urinar, rapar os pelos púbicos, sexo, ovários, menstruação (pessoalmente tenho evitado este, mas de certeza que é interessante) entre muitos outros que à partida não pareceriam ter algo de interessante para escrever.
Vivamente recomendado!
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Já que vem parar tanta gente ao meu blogue depois de fazerem uma pesquisa por "vagina", decidi fazer também uma pesquisa e ver em que lugar aparecia o meu blogue. Aparentemente nem é na primeira página. Acho estranho que o pessoal pesquise por "vagina" em vez de "cona" ou "cunt". Acho que para os objectivos faria mais sentido. Vagina é tão clínico.
Mas como dizia, encontrei o tal All About My Vagina. Nunca pensei que se pudesse escrever tanto sobre o assunto. Mas afinal, eu não tenho uma, como é que havia de saber? A autora discorre sobre assuntos tão fascinantes como o acto de urinar, rapar os pelos púbicos, sexo, ovários, menstruação (pessoalmente tenho evitado este, mas de certeza que é interessante) entre muitos outros que à partida não pareceriam ter algo de interessante para escrever.
Vivamente recomendado!
quinta-feira, 23 de dezembro de 2004
Vá lá...
Parece que desta vez se puseram de lado os interesses económicos. Ou seja, os interesses económicos dos Interesses Económicos, porque o interesse económico dos contribuintes, já para não falar do ambiental, esses foram salvaguardados. A ver vamos.
Nobre Guedes vence Santana na quest?o do incinerador (Público Online)
Nobre Guedes vence Santana na quest?o do incinerador (Público Online)
Pinto da Costa apoiaria Jardim até como presidente da República
Era o que mais faltava. Pinto da Costa, acusado de corrupção, apoia a candidatura de Alberto João, o corruptor-mor da Região Autónoma do Arquipélago da Madeira. Em minha opinião deviam saltar a fase do julgamento de Pinto da Costa e condená-lo já antes que cause mais estragos.
Portugal precisa tanto do Alberto como Presidente como de uma boa dose de sífilis distribuída por todos os portugeses em idade de reprodução. Irra!!!
POL | Nacional | Pinto da Costa apoiaria Jardim até como presidente da República"
Portugal precisa tanto do Alberto como Presidente como de uma boa dose de sífilis distribuída por todos os portugeses em idade de reprodução. Irra!!!
POL | Nacional | Pinto da Costa apoiaria Jardim até como presidente da República"
quarta-feira, 22 de dezembro de 2004
Galileo, vamos a isso!
Vão começar a ser construídos os primeiros quatro satélites de um total de 30 do sistema de posicionamento global europeu. É um projecto conjunto entre a ESA e a União Europeia, concebido para fins civis e que fará concorrência ao sistema dos EUA, o GPS, de origem militar.
Penso que em temos estratégicos isto é extremamente importante uma vez que deixa de haver dependência de um sistema sobre controlo dos EUA que tinham o poder de cancelar ou reduzir a precisão do sinal de navegação por satélite sempre que achassem necessário. Para além do GPS também existe um sistema controlado pela Rússia e designado por GLONASS.
É claro que vai levar uns anos para a rede de satélites estar completamente montada e em condições de ser utilizada a nível global.
PUBLICO.PT - Última Hora
terça-feira, 21 de dezembro de 2004
Verdadeira obra prima
Estive a rever uma parte do "2001 - Odisseia no Espaço" de Stanley Kubrick. Arthur C. Clarke é um dos meus autores de ficção científica preferidos mas curiosamente ainda não li este livro. Já li o 2061 e o 3001, pertencentes à mesma saga, mas o 2001 e o 2010 ainda não li. Em relação ao 2061 achei uma obra menor, mas já o 3001 é muito ousado e constitui um leitura interessantíssima. Pelo filme parece-me que entre o 2001 e o 3001 poderá existir alguma incongruência. Isto porque a explicação oferecida no 3001 para o monolito parece não ser consistente com a forma como este é apresentado no 2001.
Mas adiante. Como escrevi, estive a rever o filme e acho que é uma verdadeira obra prima. O ritmo do filme pode ser considerado lento, mas a verdade é que é perfeitamente consentâneo com o de uma viagem pelo espaço daquela duração. Ou pelo menos parece lógico pensar que sim. Todo o ambiente criado na nave parece extremamente realista, e mesmo passados quase 35 anos desde a sua realização o aspecto da nave mantém-se perfeitamente actual. O "realismo" atingido está excelente, mesmo ao nível dos pormenores. O ruído de fundo sempre constante na nave espacial, as rotinas de uma longa viagem. A ausência de gravidade está muito bem representada, as transições das zonas estáticas das naves para as zonas rotativas com gravidade artificial também apresentam uma solução interessante. Talvez não faça sentido andar de pé nas zonas de nave em que não há gravidade, tendo em conta que deve ser muito mais divertido e rápido flutuar de um lado para o outro, utilizando a impulsão contra uma parede. Aliás, de acordo com as imagens que nos chegam, parece ser essa a solução nas estações espaciais actuais e nos voos tripulados ao espaço. Mas também admito que ao fim de uns meses a coisa tenha menos piada e como já escrevi atrás, pressa também não deve haver muita. Bolas, mas mesmo assim, entre andar e voar, especialmente tendo em conta que havia a possibilidade de andar nas zonas com gravidade... Suponho que Kubrick tenha preferido utilizar poucas vezes o efeito de gravidade artificial para não correr o risco de parecer ridículo por causa das limitações técnicas do cinema da altura.
Mas agora pensando um pouco no assunto, andar em gravidade zero, mesmo utilizando velcro nas solas é um exercício que pouco terá que ver com a experiência de andar com 1 G. Quando andamos sujeitos à gravidade, o que fazemos é utilizar essa mesma gravidade inclinando-nos para a frente. Ao mantermos o pé de apoio no chão e inclinarmo-nos para a frente, o corpo desloca-se todo para a frente. Entretanto avançamos o pé que não está em apoio até este assentar no chão. Mantendo a inclinaçao para a frente levantamos o pé de trás e repetimos o processo. Ora sem gravidade a coisa fia mais fino. Para começar não é muito fácil inclinarmo-nos para a frente. Não havendo gravidade, a única maneira de nos inclinarmos para a frente é fazermos força com os músculos da canela. Outra maneira seria levantarmos uma das pernas para a frente e flectirmos o joelho da perna de apoio até o outro pé tocar no chão e o velcro prender. Um movimento aldo estranho. Uma maneira de simular isto é, por exemplo, deitarmo-nos no chão de lado com a sola dos pés apoiada na parede. Depois avança-se a perna de cima e tenta-se perceber como poderíamos apoiar essa perna na parede e dar mais um passo. Mas pronto, o que eu queria dizer é que, provavelmente caminhar em micro-gravidade, mesmo com sapatos de velcro não será tarefa fácil. Talvez seja até impossível.
Existem outros pontos que se podem apontar ao filme, e que são inevitáveis quando se trata de ficção científica. É claro que em 2004 ainda não temos estações espaciais turísticas, o que revela algum optimismo por parte Clarke, e por outro lado já não utilizamos cartões perfurados, o que revela alguma limitação. Mas de resto, a estética do filme não parece particularmente anos 60, bom, ok, talvez aqueles chapelinhos redondos das hospedeiras de bordo, mas enfim.
A história é também muito interessante, mas pergunto-me se quando Arthur C. Clarke a escreveu já teria ideia de como terminaria em 3001. Um dos aspectos certamente mais interessantes é o computador HAL e a sua voz perfeitamente ausente de emoções. É fabuloso o momento em que Dave Bowman se desloca para os bancos de memória de HAL e este tenta dissuadi-lo de o desligar. Apesar de a voz manter o mesmo tom monocórdico é impossível deixar de sentir o pânico e o desepero do computador. HAL tenta apelar ao bom senso de Dave utilizando argumentos perfeitamente irracionais, estranhos a uma mente puramente lógica: "Percebo agora que as minhas acções possam ter sido erradas (refereria-se ao facto de ter morto toda a tripulação excepto Dave, embora também o tivesse tentado). Mas já me sinto melhor, vai correr tudo bem. Dave, acho que tenho o direito a uma resposta". Igualmente impressionante é a sensação que o filme transmite de que o desligar daquele computador é igual à morte de um ser vivo que se esvai em sangue ou que sufoca lentamente sem nada poder fazer para o evitar. Sem orgãos, respiração ou circulação sanguínea, os seus módulos de memória, o seu conhecimento, são o equivalente ao ar ou ao sangue de um ser orgânico.
Que filme fabuloso!
Political Compass
Political Compass
Enviaram-me este endereço de um sítio espectacular que nos mostra onde nos posicionamos em termos de política económica e social. O interessante da coisa é que o resultado não é apenas se somos de esquerda ou direita. Esta classificação reflecte apenas uma perspectiva económica. A questão levantada é que essa classificação nada diz sobre a postura política em termos sociais, digamos assim. A outra classificação está relacionada com a postura do Estado em relação às pessoas. Um governo pode ser mais autoritário ou mais libertário e existem exemplos de ambos quer de esquerda quer de direita.
Podem encontrar também muita informação sobre figuras históricas e ver onde estas figuras se posicionavam nos quatro quadrantes, ou onde se posicionam os candidatos às últimas eleições nos EUA, ou ainda onde se posicionam os actuais partidos políticos ingleses.
Muito, mas muito interessante.
Eis o meu resultado:
Enviaram-me este endereço de um sítio espectacular que nos mostra onde nos posicionamos em termos de política económica e social. O interessante da coisa é que o resultado não é apenas se somos de esquerda ou direita. Esta classificação reflecte apenas uma perspectiva económica. A questão levantada é que essa classificação nada diz sobre a postura política em termos sociais, digamos assim. A outra classificação está relacionada com a postura do Estado em relação às pessoas. Um governo pode ser mais autoritário ou mais libertário e existem exemplos de ambos quer de esquerda quer de direita.
Podem encontrar também muita informação sobre figuras históricas e ver onde estas figuras se posicionavam nos quatro quadrantes, ou onde se posicionam os candidatos às últimas eleições nos EUA, ou ainda onde se posicionam os actuais partidos políticos ingleses.
Muito, mas muito interessante.
Eis o meu resultado:
segunda-feira, 13 de dezembro de 2004
segunda-feira, 6 de dezembro de 2004
Batata frita...?!?!?
Este fim de semana fui a um restaurante de que gosto muito. É um restaurante nepalês em Algés. Os empregados (qual será a expressão politicamente correcta), ambos com afinidades nepalesas, certamente, muito simpáticos e a comida essa é excelente. Muitos pratos comuns com os reataurantes indianos, mas também alguns pratos típicos do Nepal. A julgar pelas cadeiras e pelas mesas é um restaurante chinês convertido, mas a maior parte da decoração é do Nepal. Comi um excelente borrego mas infelizmente nãoi me recordo do nome do prato.
Já para o fim da refeição chegam duas raparigas. Uma delas com um ar assim para o alternativo, pálida e com uma pintura nos olhos a realçar essa mesma palidez. Não estava a ouvir a conversa, mas quando o empregado foi tomar nota do pedido não conseguir deixar de ouvir. A "alternativa" pediu um prato indiano só que em vez de arroz devia trazer... batata frita!!! Mas já não há nada sagrado neste mundo?!?!? Comida indiana com batata frita? Parafraseando aquele cromo alto dos Gato Fedorento: aeh!
Já para o fim da refeição chegam duas raparigas. Uma delas com um ar assim para o alternativo, pálida e com uma pintura nos olhos a realçar essa mesma palidez. Não estava a ouvir a conversa, mas quando o empregado foi tomar nota do pedido não conseguir deixar de ouvir. A "alternativa" pediu um prato indiano só que em vez de arroz devia trazer... batata frita!!! Mas já não há nada sagrado neste mundo?!?!? Comida indiana com batata frita? Parafraseando aquele cromo alto dos Gato Fedorento: aeh!
sexta-feira, 3 de dezembro de 2004
Assim devem conseguir resolver o problema
Na página de licença de importação das ferramentas da Oracle para efeitos de desenvolvimento de aplicações aparecem as seguintes condições a que deve obedecer quem quiser descarregar o software:
Com estas condições devem conseguir impedir que terroristas e países maus (e feios) utilizem estas ferramentas. Tenho a certeza de que eles responderão honestamente às perguntas e se refrearão de importar o software.
Isto lembra aquela inovação que apareceu há uns anos na declaração de IRS que permitia a quem desempenhasse actividades ilícitas ainda assim declarar os proventos dessas actividades. Tenho curiosidade em saber quantas vezes terá sido utilizado esse campo.
- "I am not a citizen, national or resident of, and am not under the control of, the government of: Cuba, Iran, Sudan, Iraq, Libya, North Korea, Syria, nor any other country to which the United States has prohibited export."
- I will not download or otherwise export or re-export the Programs, directly or indirectly, to the above mentioned countries nor to citizens, nationals or residents of those countries.
- I am not listed on the United States Department of Treasury lists of Specially Designated Nationals, Specially Designated Terrorists, and Specially Designated Narcotic Traffickers, nor am I listed on the United States Department of Commerce Table of Denial Orders.
- I will not download or otherwise export or re-export the Programs, directly or indirectly, to persons on the above mentioned lists.
- I will not use the Programs for, and will not allow the Programs to be used for, any purposes prohibited by United States law, including, without limitation, for the development, design, manufacture or production of nuclear, chemical or biological weapons of mass destruction.
Com estas condições devem conseguir impedir que terroristas e países maus (e feios) utilizem estas ferramentas. Tenho a certeza de que eles responderão honestamente às perguntas e se refrearão de importar o software.
Isto lembra aquela inovação que apareceu há uns anos na declaração de IRS que permitia a quem desempenhasse actividades ilícitas ainda assim declarar os proventos dessas actividades. Tenho curiosidade em saber quantas vezes terá sido utilizado esse campo.
Afinal parece que não foi ela
Parece que a Fátima não é autora da mensagem de Natal. Nesse caso retiro a exigência de beatificação. Deixo só a exigência de extradição.
Público Última Hora: Fátima Felgueiras renega mensagem de Natal
Público Última Hora: Fátima Felgueiras renega mensagem de Natal
quinta-feira, 2 de dezembro de 2004
Beatificação de Fátima Felgueiras Já!!!
Eu proponho a beatificação da pobre senhora. Foi obrigada a ausentar-se do país para fugir à inJustiça, enfrenta agora o inferno na terra, aquele país horrível que é o Brasil e onde certamente viverá neste momento na mais profunda miséria. Tudo porque uns invejosos acharam que o azul não é cor para saco. Bem hajas, Fátima, bem hajas.
Público última hora: Fátima Felgueiras promete entregar-se à Justiça em Março
Público última hora: Fátima Felgueiras promete entregar-se à Justiça em Março
sexta-feira, 26 de novembro de 2004
O Paradoxo Big Boss
É engraçado um paradoxo em que caiem imensos filmes de acção. Vou-lhe chamar o Paradoxo Big Boss e será tema de uma tese de mestrado. Yah!
Mas vamos então ao paradoxo. O filme está no fim. O herói, tipicamente sexo masculino, já esfrangalhou exércitos inteiros de peritos em artes marciais, utilizando desde armas de precisão, armas sem precisão, atropelamentos, afogamentos, implosões, envenenamentos, artes marciais (perferencialmente), palestras chatas, chaleiras de breakfast tea acabado de fazer, o velho truque do piano e defenestrações. Alguns destes malvados foram apagados da face da terra em menos de 15 segundos, tendo um deles, aliás o segundo melhor praticante da arte marcial mais mortífera de sempre, tido tempo apenas para virar a esquina.
E eis que a hora da verdade se aproxima. O Big Boss, termo imortalizado pelos jogos de níveis e que identificava o chefe dos maus de cada nível, confronta o nosso herói. O Big Boss é um velhinho raquítico que usa bengala e mal se aguenta de pé. E é aqui que entra o paradoxo. Quase sem se mexer, obviamente sem quaisquer capacidades de combate, o velhinho e a sua bengala quase derrotam o herói. No fim, já quase morto, muitas vezes ajudado pelo sidekick, que deve ser prefencialmente uma gaja linda e com umas mamas um número abaixo do descomunal, um golpe de sorte salva o herói de morte certa. O velhote morre uma morte horrível, estilo engolir uma granada, o que já de si deve doer imenso mas que ainda por cima explode, ou é desmembrado por quatro elefante, ou é sugado pelo reactor de um Airbus A380, ou é comido entre gritos lancinantes por milhares de piranhas ou ainda, passado por um rolo compressor. Custou mas foi!
Mas vamos então ao paradoxo. O filme está no fim. O herói, tipicamente sexo masculino, já esfrangalhou exércitos inteiros de peritos em artes marciais, utilizando desde armas de precisão, armas sem precisão, atropelamentos, afogamentos, implosões, envenenamentos, artes marciais (perferencialmente), palestras chatas, chaleiras de breakfast tea acabado de fazer, o velho truque do piano e defenestrações. Alguns destes malvados foram apagados da face da terra em menos de 15 segundos, tendo um deles, aliás o segundo melhor praticante da arte marcial mais mortífera de sempre, tido tempo apenas para virar a esquina.
E eis que a hora da verdade se aproxima. O Big Boss, termo imortalizado pelos jogos de níveis e que identificava o chefe dos maus de cada nível, confronta o nosso herói. O Big Boss é um velhinho raquítico que usa bengala e mal se aguenta de pé. E é aqui que entra o paradoxo. Quase sem se mexer, obviamente sem quaisquer capacidades de combate, o velhinho e a sua bengala quase derrotam o herói. No fim, já quase morto, muitas vezes ajudado pelo sidekick, que deve ser prefencialmente uma gaja linda e com umas mamas um número abaixo do descomunal, um golpe de sorte salva o herói de morte certa. O velhote morre uma morte horrível, estilo engolir uma granada, o que já de si deve doer imenso mas que ainda por cima explode, ou é desmembrado por quatro elefante, ou é sugado pelo reactor de um Airbus A380, ou é comido entre gritos lancinantes por milhares de piranhas ou ainda, passado por um rolo compressor. Custou mas foi!
quinta-feira, 25 de novembro de 2004
Firefox
O Bloguinho Portuga apoia o novo programa de navegação na net. É rápido, é prática e é seguro...esta parte são eles que afirmam, não sou eu. Também não desminto. Não interessa. O que interessa é que o Firefox é um excelente programa de navegação alterar o aspecto (customizable), tem um conjunto de extensões disponíveis que lhe acrescentam funcionalidades, permite abrir várias janelas dentro da janela principal, fazer pesquisa dentro de uma página apenas escrevendo o texto que se pretende procurar, sem ser necessário abrir a janela de pesquisa (CTRL+f), etc, etc.
Experimentem, se não gostarem podem desinstalar depois e voltar à trampa do Internet Explorer.
Experimentem, se não gostarem podem desinstalar depois e voltar à trampa do Internet Explorer.
terça-feira, 16 de novembro de 2004
Os casais de lésbicas e a adopção
New Scientist.com - The World's No. 1 Science and Technology News Service: "Lesbian couples raise well-adjusted teenagers"
Um pequeno artigo na New Scientist sobre um estudo que chegou à conclusão de que os casais de lésbicas são perfeitamente aptos a educar crianças. O que eu acho engraçado é que o estudo parece indicar que os casais de lésbicas não educam nem melhor nem pior que os casais heterossexuais. Um dos grandes receios em relação à educação de crianças por parte de casais homossexuais é que as crianças tenham mais tendência para seguirem elas próprias, tendências homossexuais. Este estudo não encontrou provas que sustentem esses receios.
Um pequeno artigo na New Scientist sobre um estudo que chegou à conclusão de que os casais de lésbicas são perfeitamente aptos a educar crianças. O que eu acho engraçado é que o estudo parece indicar que os casais de lésbicas não educam nem melhor nem pior que os casais heterossexuais. Um dos grandes receios em relação à educação de crianças por parte de casais homossexuais é que as crianças tenham mais tendência para seguirem elas próprias, tendências homossexuais. Este estudo não encontrou provas que sustentem esses receios.
segunda-feira, 15 de novembro de 2004
ETA: mais um passo(inho)
Segundo uma notícia da BBC online, Arnaldo Otegi, um dos líderes do Herri Batasuna, falou de conversações de paz com os governos espanhol e francês, no sentido da desmilitarização da ETA. O discurso teve lugar num estádio em San Sebastian, em frente a 15.000 nacionalistas bascos.
sexta-feira, 5 de novembro de 2004
quinta-feira, 4 de novembro de 2004
Bush é bom para Bin Laden?
Por que razão decidiu Bin Laden dirigir-se aos norte-americanos em vésperas de presidenciais? Passo a expôr a minha opinião (que de qualquer maneira só eu leio) sobre este assunto.
Quatro dias antes das eleições Presidenciais nos EUA, Bin Laden envia uma mensagem através da Al-Jazeera dirigindo-se directamente aos cidadãos Norte-Americanos. Nesta mensagem Bin Laden critica Bush pela forma como enfrentou o ataque de 11 de Setembro, afirmando que a inacção da Administração Bush ofereceu aos terroristas que concretizaram o atentado, não 20 minutos como inicialmente tinham previsto, mas sim 40 minutos. Bin Laden diz também que a segurança dos americanos depende apenas deles e que nenhum presidente poderá protegê-los. Resumindo, se a Al Qaeda não for atacada não atacará ninguém.
Uma mensagem deste género apenas servirá para aumentar o receio dos norte-americanos em relação à ameaça terrorista. Logo, era garantido que beneficiaria o candidato com pendor mais securitário. A conclusão é então que Bin Laden enviou uma declaração aos americanos, antes das eleições e referindo-se a estas, portanto com o objectivo de as influenciar. Declaração essa que empurraria mais eleitores para os braços de Bush prejudicando Kerry.
Então quais teriam sido as reais motivações de Bin Laden? Para chegarmos a alguma conclusão temos de responder a uma outra pergunta. Do que vive ele? O grande objectivo da vida de Bin Laden será algo como lutar por uma distorcida glória do Islão. A arma que escolheu para esse combate foi o Terror. Para além de gigantescos recursos financeiros, Bin Laden, bem como todas as outras forças que vivem do Terror, necessitam de mão de obra. Não pretendo saber, nem vou discutir, a razão pela qual muitos jovens se deixam arrastar para a teia do terrorismo, se dispõem a sofrer lavagens ao cérebro que lhes permitem conceber uma cratera pejada de corpos de idosos e crianças num terminal de autocarros como algo que glorifica o Islão. Mas a verdade é que a tarefa do recrutamento se torna mais simples quando existem reais razões de queixa. O eterno problema da Palestina é um buraco negro que atrai o ódio do mundo islâmico. A protecção declarada dos EUA às acções de Israel apenas alimenta esse o ódio. O ataque ao Iraque, que era uma ditadura assassina, mas não tinha relações extraordinárias com o terrorismo, serviu, entre outras coisas para virar ainda mais a opinião pública muçulmana contra os EUA e tornar o Iraque num íman para terroristas islâmicos. Bin Laden chegou a afirmar que tinha tido a ideia de atingir as torres gémeas quando viu em 1982 as imagens de torres destruídas no Líbano, após os ataques israelitas apoiados indirectamente pelos EUA. Todos estes ataques a países muçulmanos são utilizados pelos líderes radicais para motivar jovens a tornarem-se bombistas suicídas.
Para prosseguir com a sua Internacional do Terror, Bin Laden precisa por um lado dos referidos recursos, quer de mão de obra, quer financeiros e por outro precisa de conseguir manter-se um passo à frente das forças que o tentam capturar ou abater. Este último objectivo precisa por sua vez de recursos financeiros e da simpatia de uma parte do mundo islâmico. É esta simpatia que tornará possível a colaboração activa e passiva de que necessita para contornar serviços de informações e de segurança e arranjar lugares seguros para se refugiar.
Bin Laden sabe que, seja quem for o presidente dos EUA, a sua captura ou eliminação será sempre uma das principais prioridades da Administração americana. O próprio Bill Clinton confirmou à imprensa ter assinado, enquanto presidente, a ordem de eliminação de Bin Laden. Analisando os riscos e as necessidades, se pudesse escolher um presidente para os EUA, aquele que mais lhe conviria seria o que lhe permitisse maximizar os recursos de que necessita para prosseguir com a sua "obra".
Entre os dois candidatos, Bush, agora confirmado na Casa Branca, e Kerry candidato derrotado, qual dos dois garante a Bin Laden os exércitos de que necessita? Bush que investiu numa guerra contra o Iraque com base em alegações falsas e desviou recursos que tinha no Afeganistão a tentar capturar Bin Laden ou Kerry que apontou este erro durante a campanha? Bush que já demonstrou ter uma política externa prepotente ou Kerry que anunciou que poria em prática uma política externa mais de acordo com os aliados tradicionais? Se fosse Bin Laden, qual dos dois preferiria?
É por isso que quando Putin afirma que os Norte-Americanos tinham provado ser um povo corajoso que não cedia ao terrorismo, está na realidade o mais equivocado possível. Os Norte-Americanos votaram maioritariamente em Bush porque tiveram medo do terrorismo e acharam que Bush os protegeria melhor (e por muitas outras razões, certamente). Mas ao fazê-lo fizeram também aquilo que Bin Laden queria. Ou seja, fizeram duas vezes o jogo do terrorismo.
quarta-feira, 3 de novembro de 2004
E pronto, a desgraça está consumada
Bush está matematicamente eleito. Vamos todos suster a respiração por quatro anos, na esperança de que o Mundo tenha capacidade de emergir no final deste mandato que se inicia.
Cuidado que o imbecil vai ao leme.
Cuidado que o imbecil vai ao leme.
ETA: será possível?!
Segundo notícia do Público, "numa carta dirigida à direcção da ETA e ontem publicada no Diário de Notícias de Navarra, seis históricos dirigentes da organização que cumprem penas de prisão apelam ao abandono das armas.". Será este o primeiro passo para terminar décadas de terror impostas aos espanhóis? Tomara que sim, tomara que sim.
Thank you, US of A (not!!!)
Pois é, a não ser que se venha a revelar um verdadeiro milagre, vamos gramar com o mentecapto do Bush durante mais quatro anos na Casa Branca. Os norte-americanos parecem estar satisfeitos com o trabalho do seu Presidente bem como com a imagem que reflectem para o resto do Mundo.
O que é engraçado é que a participação eleitoral foi a maior de sempre, o que parece querer dizer que houve muita gente que não costuma votar e se deu ao trabalho de ir votar só para garantir que o imbecil do Bush ganhava mesmo as eleições e que a nação que mais impõe a sua vontade às outras possa continuar a fazê-lo. Aliás, a mensagem, no caso de se confirmar a reeleição é clara: continua que estás no bom caminho. A América acima de tudo, a qualquer preço e por cima seja de quem for.
E agora, sendo este o seu último mandato, já não existindo o travão criado pela possibilidade de reeleição, com que mimos presenteará Bush o Mundo?
Obrigadinhes, ó amigos.
Bah!
O que é engraçado é que a participação eleitoral foi a maior de sempre, o que parece querer dizer que houve muita gente que não costuma votar e se deu ao trabalho de ir votar só para garantir que o imbecil do Bush ganhava mesmo as eleições e que a nação que mais impõe a sua vontade às outras possa continuar a fazê-lo. Aliás, a mensagem, no caso de se confirmar a reeleição é clara: continua que estás no bom caminho. A América acima de tudo, a qualquer preço e por cima seja de quem for.
E agora, sendo este o seu último mandato, já não existindo o travão criado pela possibilidade de reeleição, com que mimos presenteará Bush o Mundo?
Obrigadinhes, ó amigos.
Bah!
segunda-feira, 4 de outubro de 2004
sábado, 24 de julho de 2004
Java e Open Source
Já por várias vezes que tentei entrar na linguagem de programação Java. Tentar perceber os fundamentos, os conceitos e o modo de programar em Java tem-se mostrado uma tarefa algo complicada para mim. O Universo Java, que abrange muito mais que a simples programação, lembra-me de alguma forma a experiência que se tem com a comida indiana. Quando se leva uma garfada à boca, parece que um batalhão de formigas iniciou uma caminhada dessincronizada pela nossa língua. Tentar perceber todos os ingredientes utilizados é uma tarefa confusa, com cada pequeno sabor a chamar-nos a atenção de forma aleatória e desviando-a dos outros, para logo depois se voltar a esconder por detrás da multidão. Olhando para o Universo Java sinto exactamente a mesma coisa. Há tantos conceitos, tantas novas ideias, tantos projectos a despontar em simultâneo, que uma pessoa tem tendência a tentar abarcar tudo de uma só vez e acaba por ficar apenas com uma certa frustação. Mas uma ideia clara me fica quando observo de longe, quer o Universo Java, quer o Universo Open Source. Ao contrário do mundo Microsoft que convida as pessoas a aderirem à Corporação, a filosofia Java e Open Source é uma concretização webiana de um slogan activista já muito batido mas pouco levado à prática:
Power to the People!
domingo, 11 de julho de 2004
A Sorte Grande
Parabéns Sr. Lopes, saiu-lhe a Sorte Grande.
A decisão de Durão Barroso de aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia foi a melhor coisa que alguma vez podia ter acontecido a Santana. De outra maneira jamais conseguiria chegar ao cargo de Primeiro Ministro de Portugal, a que acede por cedência. Não acredito que numas eleições antecipadas ou mesmo nas legislativas daqui a dois anos pudesse chegar ao Governo. Ou sequer à liderança do PSD. Para além disso, passando pelo cargo de Primeiro Ministro, Santana coloca-se ainda melhor naquele que é o seu grande objectivo em termos de carreira política: chegar a Presidente da República. Portugal demonstraria assim que o Complexo de Pedrito pode ser levado até às últimas consequências.
Não discuto a decisão do Presidente da República. A argumentação apresentada pela esquerda nunca me pareceu muito válida. O Presidente não podia dissolver a Assembleia da República só por não gostar de Santana. E é garantido que não gosta. Tão pouco poderia dissolver a Assembleia por não estar de acordo com a política seguida pelo Governo ou com o seu programa eleitoral. E penso que será seguro admitir que não está. A questão é que não é o papel do Presidente julgar o Governo, esse é o papel do povo. E esse exercício é levado a cabo de quatro em quatro anos nas Eleições Legislativas. O que me espanta é que o quadro que levou a toda esta crise não esteja bem definido, ou seja, em caso de demissão do Primeiro Ministro ou mesmo de incapacidade física ou de outra ordem para permanecer no cargo, devia haver uma solução clara para a situação sem que fosse necessária toda esta comoção. Não devia ser necessário ouvir dezenas de entidades para se chegar a uma conclusão. Os EUA têm a figura do vice-presidente que tomará o lugar em caso de impedimento por parte do presidente. Talvez devessemos ter uma figura semelhante, sempre se poupava a incerteza neste género de situações.
É claro que para a Esquerda este momento era o ideal para levar a cabo eleições antecipadas. A popularidade do Governo está muito baixa e dificilmente, coligados ou não, o CDS e o PSD conseguiriam nova maioria. Mas novamente, o papel do Presidente da República não é o de dar o jeitinho à Esquerda, como tão pouco será o de dar o jeitinho à Direita. Segundo julgo perceber, o papel do Presidente da República é o de ser o garante das instituições democráticas. Sampaio deixou bem claro que o faria, controlando o desempenho do novo Governo no sentido de verificar se o programa de Governo será respeitado, como foi prometido por Santana. Mas isso cria uma situação curiosa. Em circunstâncias normais, os governos exercem o seu poder fazendo uma interpretação liberal do programa apresentado durante a campanha eleitoral. Por vezes, o programa eleitoral não é tido nem achado durante o período de governação. E no entanto, a este novo governo, formado nestas circunstâncias, será exigido que faça o que o outro não faria. Estou curioso em saber como se processará este controlo presidencial durante os próximos dois anos.
Quanto a Durão...bem, Durão ganhou vários jackpots e aparentemente também um belo prémio da Lotaria com o pedido que lhe foi feito para aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Para começar dá um excelente passo na sua carreira política, passando para representante máximo do orgão mais importante da União Europeia. Para Durão, que sempre guardou junto ao seu coração, o fascínio pelos seus dias como Ministro dos Negócios Estrangeiros, este deveria ser um cargo extremamente apetecível. Possivelmente seria objecto dos seus sonhos mais húmidos. Esta deve ser, portanto, a concretização de um sonho. Para melhorar a coisa, nunca se submeterá ao julgamento do povo, escapulindo-se às Legistativas de 2006. Poderá sempre lavar as mãos dos resultados dessas eleições, caso venham a ser prejudiciais ao PSD, ou tomar parte do crédito, se pelo contrário e muito ao contrário do que se espera, as Legislativas reconfirmarem a maioria do PSD ou da coligação. Mas o resultado prático é que mesmo a hipótese de sair derrotado de umas eleições nunca se concretizará. Podem vir a debater-se durante semanas a fio os dois primeiros anos do Governo de Barroso, mas serão sempre discussões académicas, porque a realidade é que quando o povo se pronunciar, já não será sobre Durão. Tudo isto, em termos de carreira política, é ouro sobre azul.
Durão safou-se a uma derrota em 2006, mas não se safa disto: ao decidir aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia, demonstrou sem margem para dúvida que a sua carreira estava acima de Portugal. Se realmente quisesse lutar pelo seu país teria feito o que o seu homólogo luxemburguês fez. Recusava a oferta para honrar o compromisso que tomou com quem o elegeu. Durão demonstrou, sem margem para dúvida, que se está nas tintas para o futuro de Portugal.
A decisão de Durão Barroso de aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia foi a melhor coisa que alguma vez podia ter acontecido a Santana. De outra maneira jamais conseguiria chegar ao cargo de Primeiro Ministro de Portugal, a que acede por cedência. Não acredito que numas eleições antecipadas ou mesmo nas legislativas daqui a dois anos pudesse chegar ao Governo. Ou sequer à liderança do PSD. Para além disso, passando pelo cargo de Primeiro Ministro, Santana coloca-se ainda melhor naquele que é o seu grande objectivo em termos de carreira política: chegar a Presidente da República. Portugal demonstraria assim que o Complexo de Pedrito pode ser levado até às últimas consequências.
Não discuto a decisão do Presidente da República. A argumentação apresentada pela esquerda nunca me pareceu muito válida. O Presidente não podia dissolver a Assembleia da República só por não gostar de Santana. E é garantido que não gosta. Tão pouco poderia dissolver a Assembleia por não estar de acordo com a política seguida pelo Governo ou com o seu programa eleitoral. E penso que será seguro admitir que não está. A questão é que não é o papel do Presidente julgar o Governo, esse é o papel do povo. E esse exercício é levado a cabo de quatro em quatro anos nas Eleições Legislativas. O que me espanta é que o quadro que levou a toda esta crise não esteja bem definido, ou seja, em caso de demissão do Primeiro Ministro ou mesmo de incapacidade física ou de outra ordem para permanecer no cargo, devia haver uma solução clara para a situação sem que fosse necessária toda esta comoção. Não devia ser necessário ouvir dezenas de entidades para se chegar a uma conclusão. Os EUA têm a figura do vice-presidente que tomará o lugar em caso de impedimento por parte do presidente. Talvez devessemos ter uma figura semelhante, sempre se poupava a incerteza neste género de situações.
É claro que para a Esquerda este momento era o ideal para levar a cabo eleições antecipadas. A popularidade do Governo está muito baixa e dificilmente, coligados ou não, o CDS e o PSD conseguiriam nova maioria. Mas novamente, o papel do Presidente da República não é o de dar o jeitinho à Esquerda, como tão pouco será o de dar o jeitinho à Direita. Segundo julgo perceber, o papel do Presidente da República é o de ser o garante das instituições democráticas. Sampaio deixou bem claro que o faria, controlando o desempenho do novo Governo no sentido de verificar se o programa de Governo será respeitado, como foi prometido por Santana. Mas isso cria uma situação curiosa. Em circunstâncias normais, os governos exercem o seu poder fazendo uma interpretação liberal do programa apresentado durante a campanha eleitoral. Por vezes, o programa eleitoral não é tido nem achado durante o período de governação. E no entanto, a este novo governo, formado nestas circunstâncias, será exigido que faça o que o outro não faria. Estou curioso em saber como se processará este controlo presidencial durante os próximos dois anos.
Quanto a Durão...bem, Durão ganhou vários jackpots e aparentemente também um belo prémio da Lotaria com o pedido que lhe foi feito para aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Para começar dá um excelente passo na sua carreira política, passando para representante máximo do orgão mais importante da União Europeia. Para Durão, que sempre guardou junto ao seu coração, o fascínio pelos seus dias como Ministro dos Negócios Estrangeiros, este deveria ser um cargo extremamente apetecível. Possivelmente seria objecto dos seus sonhos mais húmidos. Esta deve ser, portanto, a concretização de um sonho. Para melhorar a coisa, nunca se submeterá ao julgamento do povo, escapulindo-se às Legistativas de 2006. Poderá sempre lavar as mãos dos resultados dessas eleições, caso venham a ser prejudiciais ao PSD, ou tomar parte do crédito, se pelo contrário e muito ao contrário do que se espera, as Legislativas reconfirmarem a maioria do PSD ou da coligação. Mas o resultado prático é que mesmo a hipótese de sair derrotado de umas eleições nunca se concretizará. Podem vir a debater-se durante semanas a fio os dois primeiros anos do Governo de Barroso, mas serão sempre discussões académicas, porque a realidade é que quando o povo se pronunciar, já não será sobre Durão. Tudo isto, em termos de carreira política, é ouro sobre azul.
Durão safou-se a uma derrota em 2006, mas não se safa disto: ao decidir aceitar o cargo de Presidente da Comissão Europeia, demonstrou sem margem para dúvida que a sua carreira estava acima de Portugal. Se realmente quisesse lutar pelo seu país teria feito o que o seu homólogo luxemburguês fez. Recusava a oferta para honrar o compromisso que tomou com quem o elegeu. Durão demonstrou, sem margem para dúvida, que se está nas tintas para o futuro de Portugal.
sexta-feira, 9 de julho de 2004
Genebra vs Guantanamo
Actualmente vive-se uma situação insólita na base militar que os Norte-Americanos mantêm na Baía de Guantanamo em Cuba. Como consequência do ataque militar ao Afeganistão, efectuado na sequência do atentado de 11 de Setembro contra as torres gémeas de Nova York, foram detidos mais de 600 homens, actualmente 595, considerados "combatentes ilegais". Esta classificação foi avançada (inventada?) pela Administração Bush como forma de retirar a estes homens os direitos e protecções garantidos pela Convenção de Genebra a todos os prisioneiros de guerra. Esta convenção foi assinada também pelos EUA em 1949 e reconhece a todos os prisioneiros de guerra o direito a um tratamento humano, define as condições mínimas de higiene e saúde que devem ser garantidas aos prisioneiros e proíbe práticas como maus-tratos e torturas.
Estes homens estão detidos sem acusação formal, sem acesso a advogados e há relatos de maus-tratos infligidos durante estes quase três anos de detenção. Alguns destes prisioneiros, demonstrando sinais de extremo desespero, chegaram a atirar-se contra o arame farpado. A detenção destes homens, independentemente da qualidade dos seus actos durante a guerra, torna-se ainda mais preocupante quando são conhecidos documentos da Administração Norte-Americana que procuram identificar situações em que a utilização de torturas seria justificável ou não-ilegal.
Ainda que num plano estritamente formal se pudesse argumentar(1) que em situações em que a Convenção de Genebra não é aplicável, a prática de tortura não é ilegal, essa é, ou devia ser, uma discussão puramente académica. A realidade é que quando os EUA assinaram a Convenção, estavam a reconhecer que em termos morais a prática de torturas não é justificável. Mesmo em situações extremas como é o caso uma guerra. Isto, claro, para além de aderir a um acordo internacional que protegeria o seu próprio pessoal militar.
Ao procurarem encontrar caminhos que permitam a tortura em situações pontuais, mais não estão a fazer que contribuir para o retrocesso civilizacional e dos direitos e garantias conquistados pela Humanidade durante o século passado.
E se os EUA podem decidir, discricionariamente, sobre quando a tortura é ou não é justificável e ninguém levantar a voz contra isso, quem poderá condenar, por exemplo, os resistentes iraquianos que viram o seu país ilegalmente invadido pelos EUA?
(1) - por hipótese. Na realidade não faço ideia se existe algum argumento jurídico que possa ser usado para legitimar a tortura. Assim de repente eu diria que não, mas posso estar enganado.
Estes homens estão detidos sem acusação formal, sem acesso a advogados e há relatos de maus-tratos infligidos durante estes quase três anos de detenção. Alguns destes prisioneiros, demonstrando sinais de extremo desespero, chegaram a atirar-se contra o arame farpado. A detenção destes homens, independentemente da qualidade dos seus actos durante a guerra, torna-se ainda mais preocupante quando são conhecidos documentos da Administração Norte-Americana que procuram identificar situações em que a utilização de torturas seria justificável ou não-ilegal.
Ainda que num plano estritamente formal se pudesse argumentar(1) que em situações em que a Convenção de Genebra não é aplicável, a prática de tortura não é ilegal, essa é, ou devia ser, uma discussão puramente académica. A realidade é que quando os EUA assinaram a Convenção, estavam a reconhecer que em termos morais a prática de torturas não é justificável. Mesmo em situações extremas como é o caso uma guerra. Isto, claro, para além de aderir a um acordo internacional que protegeria o seu próprio pessoal militar.
Ao procurarem encontrar caminhos que permitam a tortura em situações pontuais, mais não estão a fazer que contribuir para o retrocesso civilizacional e dos direitos e garantias conquistados pela Humanidade durante o século passado.
E se os EUA podem decidir, discricionariamente, sobre quando a tortura é ou não é justificável e ninguém levantar a voz contra isso, quem poderá condenar, por exemplo, os resistentes iraquianos que viram o seu país ilegalmente invadido pelos EUA?
(1) - por hipótese. Na realidade não faço ideia se existe algum argumento jurídico que possa ser usado para legitimar a tortura. Assim de repente eu diria que não, mas posso estar enganado.
segunda-feira, 17 de maio de 2004
Fônix, até que enfim!!!
Após 8 anos de jejum, o Benfica finalmente ganhou alguma coisa. Ok, foi só a Taça de Portugal, mas é melhor que nada. Vendo bem as coisas, a época até não correu mal. Fomos mais longe que o Sporting na Taça UEFA, ficámos em segundo lugar, à frente do Sporting, no Campeonato Nacional e ganhando acesso à Liga dos Campeões e para acabar em beleza derrotámos o FêCêPê, campeão nacional na final da Taça de Portugal. |
E agora o Camacho vai-se embora?
domingo, 16 de maio de 2004
Turismo Espacial
O futuro e a ficção científica, bem como a a Ciência e a Tecnologia sempre foram áreas de grande interesse para mim. Numa das minhas pesquisas pela net encontrei um artigo interessantíssimo com o título "Artificial Gravity and the Architecture of Orbital Habitats". |
Neste artigo são descritos os efeitos da estadia prolongada no espaço e as soluções que deveriam ser integradas nos habitats espaciais para que o turismo espacial se possa vir a tornar uma realidade. Este artigo foi apresentado em 1997, no 1º International Symposium on Space Tourism que decorreu em Bremen.
Neste artigo são explicadas as alterações fisiológicas despoletadas pela micro-gravidade. Embora tivesse conhecimento de duas ou três alterações, não fazia ideia da longa lista de problemas provocados. Mais que isso, depois de ler a lista de 19 alterações fisiológicas fiquei com uma ideia muito menos romântica do que será uma estadia no espaço. Não deixa de ser divertido ler que, devido ao redução do sentido do sabor, os astronautas tem tendência a ter desejos de especiarias, mustarda e molho para tacos (taco sauce). Ou que os gases resultantes da digestão desistem de vez de sair pela boca e optam pela saída alternativa, com uma frequência redobrada.
Nota: incluir um bom sistema de ventilação na estação espacial
O artigo prossegue com uma análise dos componentes que caracterizam a gravidade artificial, quais os respectivos critérios de conforto e avança com possíveis soluções arquitectónicas para a implementação de uma boa solução final.
Muito interessante.
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