domingo, 4 de dezembro de 2016

Tempo livre, livre de culpa

Hoje apercebi-me de que tenho o pacote de DVD dos filmes d'O Padrinho. Já nem me lembrava. Anseio por um tempo em que possa ver os três filmes mais o DVD extra ao ritmo que me apetecer sem sentir culpa. Por não ter ido às compras. Por não ter estudado com os miúdos. Por não ter lido qualquer coisa para o trabalho. Assisti há bocado ao "Alta Definição" com o Ricardo Araújo Pereira. Foi o melhor de sempre, acho. Bem conduzido pelo Daniel Oliveira, muito bem feito editado. Mas sobretudo, o entrevistado era o RAP. É verdade que ouvi muitas coisas que já tinha ouvido antes, mas a consistência e qualidade do discurso é, só por si, um valor impagável. Uma das coisas que o RAP disse foi que os proveitos da publicidade, que aparentemente há quem considere que tenha sido excessiva, lhe compraram tempo. Tempo precioso para fazer algumas coisas que ele nomeou como sendo importantes para si e que não poderia ter feito se, como muita gente, incluindo eu, tivesse um emprego. Faz-me confusão como é que alguém se pode arrogar ao direito de definir para terceiros se uma determinada actividade, legal até prova em contrário, estará abaixo ou acima da respectiva condição. Fazendo uns quantos anúncios, RAP conseguiu a liberdade para escolher como ocupar o seu tempo. Mas para alguns esse tempo que lhe foi pago teria de ter sido aplicado de outra maneira. Mais, deveria ter sido aplicado de outra maneira. Não há paciência. Quem me dera poder trabalhar muito por períodos limitados de tempo para depois poder fazer o que me apetecesse por igual período de tempo. 

sábado, 21 de maio de 2016

Queimem Brian May e Roger Taylor na pira funerária

Fui ontem ao Rock in Rio ver os Queen. Achei a interpretação do Adam Lambert espectacular. Canta muito, é irreverente e tem uma presença em palco extraordinária. Tem espaço para melhorar? Possivelmente. Aquela mania dele dos saltos altos é irritante? Seguramente. Não vou estar aqui a mandar postas de pescada sobre os dotes vocais e musicais do rapaz porque não sou nenhum perito em música. Mas que ele canta comó caraças e rebenta com tudo, ah lá isso ninguém lhe pode tirar.

Acho piada àquele pessoal que o melhor que consegue dizer é que os Queen sem Freddie não são a mesma coisa. A partir daí é sempre a descer. Claro que não são a mesma coisa, e depois? Parece que preferiam ver um espectáculo dos Queen com o corpo embalsamado do Freddie Mercury e alguém a mexer-lhe a boca como se de um ventríloquo se tratasse. Ou, se calhar, Brian May e Roger Taylor deviam ter sido queimados numa pira funerária juntamente com Freddie Mercury, quais viúvas indianas do antigamente.

Adam Lambert é um digno sucessor de Freddie Mercury que ficaria certamente orgulhoso se o pudesse ouvir cantar. The Show Must Go On.

sábado, 14 de maio de 2016

Só pode ser parvo

Sobre as afirmações de Passos Coelho sobre a sua política de "nunca" participar de inaugurações, coisa que, segundo a sua opinião, os Primeiros Ministros não deviam fazer e logo, por maioria de razão, António Costa também não devia fazer, a única coisa que me ocorre dizer é que só pode ser parvo. Custa-me a crer que a intenção dele tivesse sido mentir. Provavelmente não tinha preparado uma resposta e, quando os jornalistas lhe perguntaram porque não ia participar na inauguração, a boca começou a mexer-se mais depressa que o cérebro permitia e foi por aí fora tentando minimizar os estragos através da melhor articulação que conseguia das palavras que lhe saltavam da boca para fora, tal como alguém que escorrega por uma ribanceira abaixo e não consegue parar, a pouco mais pode aspirar do que desviar-se dos obstáculos que se lhe vão apresentando. É claro que se Passos Coelho vivesse na Idade Média, a coisa teria passado, mas hoje em dia há jornais, telejornais, Internet e outras coisas do género e a aldrabice não durou mais que uns milésimos de segundo até centenas de pessoas começarem a fazer um apanhado de todas as inaugurações a que Passos foi, não só quando era Primeiro-Ministro como quando já o tinha deixado de ser.

Esta história lembra-me uma outra na minha família. O meu pai vive num monte alentejano e na altura tinha cavalos. Acontecia que os cavalos andavam à solta e por vezes gostavam de estacionar em frente à porta do anexo onde eu dormia quando lá ia de visita. Na altura comentei que era um bocado chato ter pilhas de poia de cavalo mesmo em frente à porta da rua. E foi então que o meu pai inventou no momento um pedaço de sabedoria popular que ainda hoje uso como piada: "isso não vai acontecer porque os cavalos só cagam onde comem". É claro que na altura foi hilariante e ainda hoje é mentira, mas está visto que quando é preciso arranjar uma desculpa, a boca dispara primeiro e as preocupações com a verdade vêm depois.

A este propósito deixo aqui o apontador para o Não é Mau dedicado a esta afirmação de Passos Coelho que ilustra bem a imbecilidade da mentira.

domingo, 3 de abril de 2016

Carta aberta a Henrique Sá Pessoa

Caro Henrique Sá Pessoa,

Gostava de começar esta carta aberta dizendo que sou fã do seu trabalho na televisão e do seu estilo educativo e pouco espalhafatoso. Não tenho dúvida de que será um dos melhores chefs de Portugal, mas espero que não se considere acima de uma crítica e que reconheça esta como construtiva.

Hoje fui ao Mercado da Ribeira, um espaço excelente, animado e com uma variada e vibrante oferta culinária, onde o meu amigo tem um dos seus espaços de restauração. Como sou grande fã de leitão, que é um animal fofinho antes de cozinhado e extremamente saboroso depois de deixado a repousar num bom e bem quentinho forno a lenha, decidi experimentar a sua Bifana de Leitão Crocante. Tive de esperar 25 minutos pela iguaria, mas não posso assacar culpas à casa dado que o número de utilizadores do espaço comercial em questão era, à hora do pedido, manifestamente grande. O meu primeiro contacto com a sua interpretação de uma bifana de leitão foi bom. 



Como se pode ver pela imagem, não se trata de uma bifana no sentido clássico, ou seja, um bife dentro de uma carcaça, mas sim de cubinhos de leitão em pão de brioche (se calhar é outro tipo de pão, confesso a minha ignorância), pickles (?) e molho agridoce.

Como é expectável, uma vez que os cubinhos de leitão não formam uma unidade coesa, alguns deles caem facilmente para o prato. E foram exactamente algumas destas unidades paralepipédicas que eu primeiro experimentei. Não há como negar, eram extremamente saborosas. Na minha opinião, deve ser difícil falhar com leitão, mas mais uma vez, vou admitir a hipótese de estar errado uma vez que nunca cozinhei nenhum. Mas pronto, pontos a favor. Ao leitão propriamente dito não tenho nada a apontar. Aliás, seria ser mal agradecido, uma vez que o pobre leitão abdicou de uma vida longa e cheia de diversão para que eu e outras pessoas o pudéssemos saborear. O problema foi o que veio a seguir. Não vou dizer que a receita no seu conjunto saiba mal, mas acho que é claramente um caso em que a soma das partes vale menos do que cada uma delas individualmente. A sensação com que fiquei ao saborear todos os ingredientes juntos foi que estava a comer comida chinesa. E que não me interpretem mal, eu sou grande fã de comida chinesa. Mas acho que o pobre leitão merecia melhor sorte do que ver o seu subtil e rico sabor desaparecer debaixo de uma catefrada de outros sabores. Aquela bifana não sabe a leitão! Tem um ligeiro sabor a porco que mal se consegue discernir no meio dos pickles (acho que eram pickles) e do molho agridoce que dominavam completamente o prato. Imagino que a receita se enquadre no conceito de comida de fusão, mas na minha humilde análise, não passa de uma confusão. Para os bifes e outros estrangeiros que não conhecem o Leitão à Bairrada, até pode servir, mas aqui para o je, que já comeu muitas e boas sandes de leitão, menos é mais.

Caro Henrique... Henrique? Está a ouvir-me...? Olha que isto, um gajo a tentar ser construtivo...

sábado, 26 de março de 2016

Da nacionalidade das bancas

Muito se fala actualmente da espanholização da banca. As opiniões parecem dividir-se entre aqueles que acham que o capital não tem nacionalidade e que o mais importante é que seja privado e bem gerido, e os que acham que para manter os centros de decisão no país se justifica nacionalizar de novo a banca com dinheiro que o país não tem. Não sendo eu a favor da nacionalização há alguns aspectos a ter em conta, nomeadamente:
1. Pensar que os bancos são instituições imunes à politica e unicamente orientadas ao lucro não passa de uma ingénua ilusão. Os bancos, como qualquer outro tipo de organização de grande dimensão, são instituições extremamente permeáveis à política, quer interna, quer externa, onde as equipas são geridas de acordo com critérios subjectivos, com directores bafientos e que estagnaram no tempo, muitas vezes coordenadas por pessoas sem a mínima vocação e/ou formação para o fazer, onde o trabalho das pessoas não é reconhecido e as decisões são muitas vezes tomadas por questões de ego. Inclusivamente, pedidos de crédito que qualquer pessoa com um mínimo de consciência relativamente ao que é a capacidade de endividamento rejeitaria, conseguem chegar às cúpulas mais elevadas do poder e ser aprovados única e exclusivamente porque quem os pede tem um cartão partidário da cor certa. 

Em face a isto, pensar que o capital não tem nacionalidade é ter os olhos tapados. Uma coisa é os accionistas poderem ser espanhóis, angolanos ou marcianos, outra bastante diferente é um banco nacional ser absorvido por outro do país ao lado. Quando há fusões, há racionalização das estruturas. Isto significa que existindo duas estruturas semelhantes para os mesmos fins, uma delas será absorvida pela outra e há pessoas que são mandadas embora. E quando chega a hora de mandar pessoas embora, havendo uma posição de força de uma das partes, adivinhem qual é o lado que tem de mandar pessoas para a rua? Outro aspecto que só quem nunca trabalhou em multinacionais é que não percebe é que, quando existem departamentos em que as chefias estão num país e uma parte da equipa está no outro país, quando toca a dividir prémios anuais, há sempre um lado que fica a olhar para a mão enquanto os prémios ficam todos do outro lado. E quando se decide investir, a divisão dos fundos também não costuma ser justa. Para todas as decisões é necessário o ámen de Espanha e por aí adiante.

2. Dizer que os bancos de Espanha são maiores que os portugueses porque são mais bem geridos é hilariante. No mínimo carece de demonstração. Os bancos espanhóis são maiores que os portugueses porque Espanha tem só quase 5 vezes a população de Portugal. É natural que bancos que se formaram e consolidaram num país grande sejam maiores que bancos que passaram por processos idênticos em países mais pequenos. Para além disso há uma série de equívocos nessa afirmação. Primeiro, quem o afirma parece esquecer, ou desconhecer o pânico por que passou a banca espanhola em 2009 quando a bolha do imobiliário rebentou. Por exemplo, o Jornal de Notícias noticiava em ano passado que a banca espanhola tinha 197 mil milhões de crédito mal parado. A banca espanhola também precisou de um resgate, o que é estranho para uma banca que se pretende tão bem gerida.

3. A razão pela qual estamos a discutir a compra do BPI pelo Caixa Bank não é a falta de solidez do primeiro. A União Europeia alterou as regras relativamente ao nível de exposição que os bancos europeus podem ter a determinados países e, azar dos Távoras, o BPI tem uma exposição a Angola superior ao permitido por via do BFA, do qual detém 50,5%. É essa situação que tem de ser resolvida antes de não sei quantos de Abril, data após a qual a UE com o objectivo de consolidar a banca europeia se propõe a cobrar multas ao BPI até este ir à falência ou resolver a questão do rácio de exposição a Angola. O que chegar primeiro. Seria interessante perceber a lógica de colocar um banco europeu nesta posição em que as variáveis para resolução do problema não estão nas suas mãos, mas temo que não seja a lógica o principal delineador das decisões europeias.

sexta-feira, 25 de março de 2016

O violador em série

Era mais forte do que ele. Elas chamavam por ele como um íman atrai um pedaço de ferro. Era a vertigem do perigo e a sua incapacidade para se defenderem que o impeliam para a frente. Aquela inocência, aquela beleza que prometia o paraíso, o risco de poder ser apanhado... tudo contribuía para estimular de tal maneira os seus instintos mais primitivos que tinha dificuldade em controlar-se. Quando se encontrava junto a uma delas sentia tonturas de tal maneira fortes que via a sala a girar à sua volta e temia perder o equilíbrio. Mas disfarçava, tinha de ser forte. Os seus colegas podiam aparecer a qualquer momento e se fosse apanhado seria o fim. Mas ninguém conhecia o seu segredo. Já tinha violado dezenas, centenas e nunca ninguém sequer desconfiara dele. Tinha chegado a altura. Era como se na divisão só estivessem ele e ela e nada mais houvesse em seu redor. Aproximou-se lentamente como se de um leopardo se tratasse. O segredo é atacar quando menos se espera. Apanhou-a por trás e quase chegou ao êxtase quando o seu bafo quente e húmido a fez perder a compostura. Sem qualquer protecção ficou completamente exposta. Nada o podia impedir de concretizar os seus desejos mais obscuros. Ela era sua para fazer o que bem entendesse e ele não se pouparia a nenhum capricho...
- Alto! - apanhado em pleno acto. Virou-se de repente tentando disfarçar o indisfarçável. À sua frente o chefe da repartição dos correios estava acompanhado por uma colega sua que tinha levado como testemunha.
- O que é que tem atrás das costas? - amarrotada, parcialmente escondida na sua mão esquerda estava a carta de um emigrante no Panamá para a sua mãe que vivia numa aldeia da Guarda. Pensou que se deixasse cair a carta poderia argumentar nada saber sobre o assunto, mas a chaleira que tinha utilizado para descolar o envelope não podia ser explicada. Não havia argumentos nem histórias que o safassem. Estava acabado. Limitou-se a olhar para o chão com o rosto coberto de vergonha e a pousar o carta em cima da mesa de trabalho.
- Dª. Maria, é testemunha desta devassidão - os olhos do responsável destilavam ódio, traído que se sentia por um empregado em quem depositara a sua mais completa confiança durante quinze anos. - Manel, está suspenso até nova ordem. Vou-lhe pôr um processo disciplinar e garanto-lhe que tudo farei para que nunca mais possa trabalhar numa repartição dos correios até ao fim dos seus dias. Nunca lhe perdoarei a sua traição! Enquando Manel se dirigia ao seu posto de trabalho para recolher as suas coisas os seus colegas voltavam-lhe as costas. E foi assim que após quinze anos a violar correspondência, Manuel de Vila Verde Romão, filho da terra e outrora respeitado habitante da sua aldeia, atravessou pela última vez a porta de uma repartição dos correios

segunda-feira, 7 de março de 2016

Medo de quê?

Li agora o artigo da Fernanda Câncio e achei que foi um tiro ao lado. Alegar que alguém tem medo de alguma coisa é uma parvoíce. Alegar que não há liberdade de escolha é uma falsidade. Na discussão que se seguiu li pessoas histéricas a contar que lhes tinham perguntado se queriam brinquedo para menino ou para menina como se lhes tivessem perguntado se eram judeus ao mesmo tempo que preparavam a agulha e a linha para lhes coser a cruz de seis pontas na roupa. Vamos lá a ter calma, não há razões para histerias.

Se um pai, sabendo dos gostos do seu filho, perguntar quais são as opções e escolher o My Little Poney para o seu rapaz, acho que ninguém vai chamar a polícia do sexo dos brinquedos e impedir a entrega do pónei piroso ao rapaz. Nem o empregado da McDonalds se vai recusar a dar a caixa do Happy Meal sem pedir para confirmar que a criança tem pipi.

Estou de acordo que não faz sentido que na caixa diga se é para menino ou para menina, mas o problema não é a McDonalds. O problema são as outras crianças. No outro dia a minha mulher contava-me uma conversa que ouviu na piscina onde vão os nossos filhos. Um menino de oito ou nove anos queixava-se à mãe de que na escola os outros meninos gozavam com ele quando ele falava da Elsa e do Frozen. O Frozen é um filme da Disney mais direccionado para o público feminino, daí gozarem com o rapaz. Eu já vi o filme e até achei giro, mas os meus filhos demonstram alguma aversão por ser um filme para meninas. Também é verdade que se estivermos em viagem e não houver alternativa acabam por ver, mas pronto, a rejeição inicial ninguém lhes tira. E garanto que não andei a fazer a cabeça aos putos para não verem o filme, tenho mais que fazer. Enfim, a moral da história é que se um menino tiver na mesa uma caixa da Happy Meal a dizer que é para menina, corre o risco de ser gozado e isso deve ser evitado. Resumindo, espero que continuem a haver carrinhos e bonecas e que as crianças possam escolher o brinquedo que querem. Espero também que, na sanha de fingir que rapazes e raparigas não têm gostos diferentes, não venham a eliminar a liberdade de escolha. Disso sim, tenho medo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Bigodes

Não gosto do Carnaval. Nunca achei piada a mascarar-me. Mas este ano, depois de um almoço em que levaram bigodes postiços que eu experimentei, achei interessante deixar crescer o bigode durante o Carnaval. Posso dizer que foi uma experiência enriquecedora que me permitiu tirar várias conclusões:
1. "É Carnaval, ninguém leva a mal" é uma grandessíssima mentira. A minha mulher ficou piursa por eu não ter rapado o bigode. Ameaçou que não saía comigo à rua e, como íamos ter colegas de um dos meus filhos cá em casa, exigiu que eu não aparecesse às mães dos miúdos.
2. As mulheres olham mais para um homem de bigode. Notei uma diferença clara entre o a.B. (antes do Bigode) e o d.B. Isto coloca-me um dilema. Ou um trilema. Ou até mesmo um polilema. Por um lado a atenção é interessante. Por outro fico horrivelmente mal de bigode. Houve quem me jurasse a pés juntos que eu ficava muito bem, mas acho que a ideia era gozar o prato por mais algum tempo. Mas eu tenho espelhos cá em casa e não restam dúvidas em relação a isso. Outro lado ainda é que fiquei com a ideia clara de que enquanto tivesse bigode não havería sexo. E eu gosto de sexo com alguma regularidade.
3. Os homens olham mais para um homem de bigode. Não sei o que dizer em relação a isto, vamos fingir que não se passou nada.

Reflecti um pouco sobre esta recém-adquirida atenção adicional e sobre quais poderíam ser as causas. Ocorrem-me duas hipóteses:
1. O bigode é tão ridículo que funciona como um acidente de viação. As pessoas simplesmente não conseguem desviar os olhos.
2. Embora não existam dúvidas de que o bigode me fica muito mal (a minha mãe confirmou-o), não posso deixar de reconhecer que me parece que este bigode em particular dá ao seu utilizador uma aura de determinação e de quem sabe o que quer. Alguém a quem o ridículo não assusta e que enfrenta as adversidades da vida com um sorriso nos lábios. Um homem que usa um bigode destes é capaz de enfrentar um leão. Ou até mesmo um exército. Provavelmente essa percepção, que pode até ser só minha, vem de uma imagem do passado. Pensei que fosse dos heróis dos filmes de acção dos anos oitenta mas fiz umas pesquisas e parece que na altura só o Chuck Norris é que usava bigode. É preciso andar um pouco mais para trás, até aos anos setenta para o bigode ser uma moda de alguma dimensão.

De amanhã não passa.

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