quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Queres doar esperma? Será boa ideia?

Encontrei esta notícia estonteante na New Scientist. Um rapaz de 15 anos que foi concebido por inseminação artificial com esperma doado anonimamente, conseguiu descobrir o pai utilizando um conjunto de empresas acessíveis pela net. Basicamente o miúdo enviou o seu próprio ADN para análise para uma empresa que faz estudos geneológicos. Com essa informação obteve um apelido de outros dois homens com um cromossoma Y que dava 50% de hipóteses de serem do mesmo pai. Com essa informação e mais algumas que a mãe tinha acerca do dador de esperma (o pai do puto), comprou a uma segunda empresa os nomes de outros homens com características semelhantes. Um deles tinha o mesmo apelido que ele tinha obtido inicialmente.

Esta história é assustadora e estonteante. Por um lado porque acaba com o mito do anonimato dos dadores de esperma. E por outro porque um rapazinho de 15 anos conseguiu ter o engenho para utilizar um conjunto de serviços disponíveis na net para, com algum dinheiro, identificar um entre os 125 milhões de homens que devem viver nos EUA.

E põe-se um conjunto de questões éticas relativamente ao anonimato dos dadores de esperma. Será que um homem que contribua para a geração de uma criança, ainda que de uma forma tão indirecta, tem o direito de exigir anonimato absoluto? Será que uma mulher tem o direito de conceber uma criança negando-lhe à partida um pai?

No Reino Unido já não existe a garantia de anonimato. E identidade dos dadores é guardada e pode ser revelada à criança a partir de determinada idade.

Eu nunca fiz tal doação, só mesmo sangue, mas imagino que alguém que vá a um desses serviços, vai lá com a ideia de ver uns filmes porno, bater uma e receber uns trocos. Acho que nunca mas nunca dispensará dois segundos ao resto do processo em que o seu esperma venha a ser utilizado. E a última coisa em que deve pensar será que eventualmente uma criança nascerá e que ele estará irremediável e indelevelmente ligado a essa criança através da sua herança genética.

"LATE last year, a 15-year-old boy rubbed a swab along the inside of his cheek, popped it into a vial and sent it off to an online genealogy DNA-testing service. But unlike most people who contact the service, he was not interested in sketching the far reaches of his family tree. His mother had conceived using donor sperm and he wanted to track down his genetic father. (continuar a ler)"

in New Scientist

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