segunda-feira, 5 de junho de 2006

Concepção Inteligente

A Concepção Inteligente (Inteligent Design (ID)) é uma corrente pseudo-científica e neo-Creacionista que defende que a Teoria da Evolução é um disparate e que a realidade é que Deus criou tudo o que conhecemos. É claro que pela minha parte considero que esse movimento não passa de uma manobra politico-religiosa para tentar forçar o ensino da Criação nas escolas norte-americanas.

Portanto foi com grande surpresa e choque que me ocorreu uma ideia que sustenta a hipótese de uma concepção inteligente, pelo menos no que diz respeito ao corpo humano. Um dos princípios da ID é a designada "complexidade irredutível" (Irreducible complexity). Segundo este princípio, um sistema irredutivelmente complexo é aquele que não poderia funcionar se fosse mais simples do que na realidade é. Se percebi bem a ideia, se por exemplo o corpo humano funciona hoje como funciona e aceitarmos que não poderia funcionar igualmente se fosse mais simples, então isso constitui prova de que não é possível que o corpo humano tenha evoluído de uma versão mais simples. Caso contrário a versão inicial nunca teria funcionado. Isto a mim, e na minha infinita ignorância, parece-me um argumento completamente imbecil, porque obviamente o organismo mais simples dos nossos antepassados não desempenhava as mesmas funções da mesma forma. Mas pronto, eles lá acham que é um argumento válido.

Mas como tinha referido, ocorreu-me hoje ao dar sangue que pelo menos uma opção relativamente ao corpo humano parece indicar ter sido pensada para cumprir uma função específica que não poderá ser justificada por um processo evolutivo e de selecção natural, porque pura e simplesmente representa um perigo para qualquer pessoa. Estou a falar das veias à flor da pele, como é o caso das que temos nos braços e são utilizadas para dar sangue. Uma veia exposta representa um perigo porque se for rasgada num ataque resultará numa perda massiva de sangue . Portanto, se houvesse antepassados dos humanos que tivessem menos veias e artérias expostas, estariam em condições de sobreviver mais facilmente a ataques de animais selvagens ou de elementos de grupos rivais. Portanto é aceitável considerar os nossos antepassados nestas condições se tivessem reproduzido com mais sucesso, propagando os genes que dão origem a veias menos expostas. E ninguém poderá argumentar que as veias eram necessárias para fazer transfusões de sangue entre australopitecus. Nem parece haver nenhuma justificação evolutiva para esta característica de algumas veias. Mas hoje são necessárias para fazer transfusões e as hemodiálises e todas as outras coisas para as quais dá jeito ter as veias à vista. O que nos poderia levar a pensar que alguém com uma visão mais informada das necessidades dos humanos do futuro (o nosso tempo actual) tivesse achado que viríamos a beneficiar desta característica e que por essa razão nos teria concebido desta forma.

P.S.: Porra, nem acredito no tempo que perdi a escrever esta parvoíce

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