This blog's purpose is to help me consolidate my thoughts about science, politics and social issues, whatever. Past entries all in Portuguese, current ones either in English or Portuguese. Depends on context.
quarta-feira, 31 de maio de 2006
Património da Humanidade
Da única vez que fui ao Museu da Ciência em Londres vi uma coisa que achei fabulosa. Um girassol conservado em glicerol, um líquido transparente a uma temperatura extremamente baixa. O girassol parecia vivo. Conservava as suas cores vívidas tal como no dia em que fora colhido. Achei fenomenal.
Ao ver mais um filmezinho de um discurso de George W. Bush lembrei-me que este homem, com a sua carinha, a sua figurinha e as sua expressõezinhas são algo que devia ser conservado para a eternidade. Tal como está hoje. Propunha portanto que se aplicasse a mesma técnica ao actual Presidente dos EUA. O seu corpo podia ser exposto num museu da ciência com um monitor integrado onde se pudesse ver o presidente nos seus melhores momentos, que eu considero imperdíveis.
terça-feira, 30 de maio de 2006
As mulheres e os submarinos
Hoje comprei o Público para ler à hora do almoço e reparei num pequeno artigo em que se dizia que a Marinha passará a permitir a paricipação de mulheres nas forças de submarinos. Aparentemente os novos submarinos já dispõem de condições que permitem a manutenção de uma tripulação mista garantindo certas condições de decoro que possivelmente não seriam possíveis no velhinho Barracuda. E é claro que com a minha mente lúbrica, a primeira visão que me veio à cabeça foi a de um submarino novinho em folha a colidir com os pilares da Ponte 25 de Abril porque toda a tripulação estaria envolvida num gigantesco bacanal. É triste, eu sei. Podia estar aqui a esmiuçar a história da Marinha Portuguesa e a a vitória que é para a igualdade entre os sexos podermos ter marujas nas nossas frotas de submarinos e qual é a primeira coisa que me vem à cabeça? Práticas sexuais de grupo com mulheres voluptuosas de fardas justinhas e sem roupa interior, uma versão militar daquelas fardas de enfermeira com sainha muito curtinha e com o comandante da embarcação sempre a deixar cair objectos para que as marujas se dobrem para os apanhar expondo assim os seus recatos aos olhares dos marinheiros sedentos de sexo...
quinta-feira, 25 de maio de 2006
terça-feira, 23 de maio de 2006
Se. O Caos e a Incerteza
Um dos factores que mais caracterizam a nossa sociedade dos dias de hoje é a quantidade de informação que temos disponível e ao alcance das nossas mãos. No entanto e apesar do manancial de informação de que dispomos continuamos a viver num mundo de incerteza. Apesar de sermos capazes de datar com precisão uma relíquia com milhares de anos encontrada em escavações arqueológicas, apesar de termos já deslindado todo o genoma humano, continuamos perante a incerteza em coisas tão actuais como um conjunto de crimes de pedofilia praticados durante anos a fio e sobre dezenas de crianças. Perante o nosso sistema judicial que se baseia na premissa de que um acusado é inocente até prova em contrário, e que, justiça lhe seja feita, é a única premissa aceitável, o mais que podemos fazer é observar o desenrolar dos processos judiciais e no fim aceitar a sentença que deles resultar. Uma vez que ainda não encontrámos melhor sistema, não podemos fazer mais que viver perante a incerteza que nos proporciona o conhecimento das fraquezas do sistema em vigor. Se o acusado for considerado culpado, mais não podemos fazer que esperar que ele realmente o seja. E se for inocentado é esperar com mais força ainda que a decisão esteja correcta. Mas é bem sabido que culpados foram já inocentados e inocentes condenados. Sendo claro que destas duas é a segunda a mais extraordinária e inaceitável. Mas esta incerteza reina em muitos outros quadrantes da nossa existência. Por exemplo, relativamente ao estado da economia. É impossível prever com grau de certeza razoável como se irá comportar a economia no futuro. E é também impossível analisar com credibilidade as causas e as responsabilidades do mau estado da economia de hoje. Será que se os nossos governantes tivessem sido outros, Portugal poderia estar hoje melhor do que está? Será que se as decisões tivessem sido diferentes a situação seria outra? A verdade, e para mim está é uma verdade incontornável e irrefutável, a verdade dizia eu, é que nunca saberemos. É uma tese minha que na história não há "ses". Por mais cenários que possamos traçar, a verdade é que nunca será possível determinar com um grau mínimo de razoabilidade o que se teria passado se algo tivesse sido diferente. As hipóteses são tremendas, incontáveis, imensuráveis. O Mundo, o sistema solar, a galáxia e a própria Existência, todos interagem com graus diferentes de proximidade, todos giram num caos de possibilidades. Cada ínfima partícula de nós, do ar que nos rodeia e respiramos, do chão que pisamos, cada neurónio dos nossos cérebros, se combinam de uma forma que não podemos prever e influenciam cada uma das nossas acções. As nossas experiências passadas, as decisões das pessoas que nos rodeiam, cada obstáculo que se nos apresenta, tudo molda o nosso futuro de maneira imprevisível. A cada momento poderíamos dizer Alea jacta est, os dados estão lançados, nada está nas nossas mãos.
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Água quente com microondas
Este artigo avalia a viabilidade de aquecer as águas sanitárias de uma casa com um aparelho de microondas. A hipótese parece interessante mas seria útil uma comparação com os custos de aquecer a água com um esquentador ou uma caldeira. Estes tipos dizem que têm um aparelho de microondas para essa utilização, mas tendo em conta a falta de informação que disponibilizam fico na dúvida se o aparelho existirá mesmo.
Heating Homes With Microwaves
Ok, isto é realmente assustador. Está a ser investigada a hipótese de utilizar emissores de microondas para aquecer casas. A ideia é aquecer as pessoas em vez de aquecer o ar, o que levaria a grandes poupanças de energia. As microondas podiam ainda ser utilizadas para acender lâmpadas, levando a mais poupanças de energia. Mas existem ainda muitas dúvidas relativamente à segurança deste sistema e mais ainda em relação à aceitação da tecnologia por parte do grande público. Pela minha parte tinham de me provar muito bem provadinho que não não ficava cozinhado antes de eu instalar um sistema destes em casa. Cou ou sem poupanças de energia.
Heating Homes With Microwaves
Heating Homes With Microwaves
quarta-feira, 17 de maio de 2006
Ah ganda Carrilho
Este Carrilho é cá dos meus. Eu também não sei perder. Acho que nunca iria tão longe ao ponto de escrever um livro culpando toda a gente por uma derrota minha, mas é bem verdade que saber perder não é uma das minhas características.
Sob o Signo da Verdade (na FNAC)
Página "institucional"
P.S.: Mesmo partilhando defeitos de carácter, vivesse eu em Lisboa e não teria votado na figura.
terça-feira, 16 de maio de 2006
BBC NEWS | Asia-Pacific | 'Abuse rife at Aborigine camps'
Esta artigo sobre os actos indescritíveis que se têm passado entre tribos aborígenes leva a perguntas possivelmente sem resposta:
- Como é que se chegou a esta situação?
- O que é que se pode fazer para interromper este ciclo de violência desumana?
Uma discussão interessante que pode ser acompanhada aqui.
BBC NEWS | Asia-Pacific | 'Abuse rife at Aborigine camps':
By Phil Mercer
BBC News, Sydney
"Aborigines in the bush
Aborigines are Australia's most disadvantaged community
A leaked report in Australia has detailed horrific levels of sexual abuse in remote Aboriginal communities, including the rape of a baby."
- Como é que se chegou a esta situação?
- O que é que se pode fazer para interromper este ciclo de violência desumana?
Uma discussão interessante que pode ser acompanhada aqui.
BBC NEWS | Asia-Pacific | 'Abuse rife at Aborigine camps':
By Phil Mercer
BBC News, Sydney
"Aborigines in the bush
Aborigines are Australia's most disadvantaged community
A leaked report in Australia has detailed horrific levels of sexual abuse in remote Aboriginal communities, including the rape of a baby."
"O Código de Da Vinci" une as religiões
De tanta coisa que já se disse acerca do livro e agora sobre o livro, esta é provavelmente a mais bombástica. Na Índia, a comunidade islâmica juntou-se à católica contra o filme baseado no livro de Dan Brown. Segundo os representantes muçulmanos, o Corão reconhece Jesus como um dos profetas, pelo que o conteúdo do livro é uma blasfémia. E curiosamente, um dos representantes muçulmanos afirma que estão dispostos a fazer protestos violentos se for permitida a exibição do filme. Já um activista católico entrou em greve da fome que está disposto a levar até à sua morte, enquanto o filme for exibido na Índia. Apesar de tudo prefiro a postura do católico.
Felizmente que nem toda a gente é fanática. O organismo indiano que define a classificação dos filmes permite a sua exibição desde que os produtores do filme concordassem em introduzir uma nota no início sublinhado o seu carácter ficcional. No entanto o filme será classificado como para adultos... porque contém uma cena de auto-flagelação e outra de nudez parcial. Gostava de saber se utilizam os mesmos critérios para os restantes filmes. Convém realçar que deste organismo fazem parte elementos católicos, entre os quais um reverendo, que não se opuseram à sua exibição. O que dá uma certa nota de razoabilidade à coisa.
BBC NEWS | South Asia | Muslims join Da Vinci criticism: "Muslims join Da Vinci criticism
Audrey Tautou and Tom Hanks in The Da Vinci Code
Audrey Tautou and Tom Hanks star in The Da Vinci Code film
Roman Catholics in the Indian city of Mumbai (Bombay) have received Muslim support in protests against the release of the movie, The Da Vinci Code."
Felizmente que nem toda a gente é fanática. O organismo indiano que define a classificação dos filmes permite a sua exibição desde que os produtores do filme concordassem em introduzir uma nota no início sublinhado o seu carácter ficcional. No entanto o filme será classificado como para adultos... porque contém uma cena de auto-flagelação e outra de nudez parcial. Gostava de saber se utilizam os mesmos critérios para os restantes filmes. Convém realçar que deste organismo fazem parte elementos católicos, entre os quais um reverendo, que não se opuseram à sua exibição. O que dá uma certa nota de razoabilidade à coisa.
BBC NEWS | South Asia | Muslims join Da Vinci criticism: "Muslims join Da Vinci criticism
Audrey Tautou and Tom Hanks in The Da Vinci Code
Audrey Tautou and Tom Hanks star in The Da Vinci Code film
Roman Catholics in the Indian city of Mumbai (Bombay) have received Muslim support in protests against the release of the movie, The Da Vinci Code."
segunda-feira, 15 de maio de 2006
O Artigo 51, a iminência e a prevenção
Após o 11 de Setembro, os EUA adoptaram uma nova postura de auto-defesa em que se auto atribuem o direito de atacar qualquer país de forma preventiva desde que considerem que existe uma ameaça contra si ou os seus cidadãos. Esta postura foi utilizada para justificar a invasão do Iraque e depor Sadam, tendo-se como é sabido, vindo a demonstrar que tal ameaça não existia e que, na melhor das hipóteses isto se deveria a erros por parte dos Serviços de Informação. Até hoje ainda não se chegou a um consenso internacional no que diz respeito à legalidade da invasão, mesmo partindo do pressuposto de que terá havido um erro "legítimo" na avaliação da ameaça por parte do Iraque. E a discussão mantém-se actual devido à crise do nuclear iraniano. Será que um ataque ao Irão seria justificável ao abrigo do Artigo 51 da Carta das Nações Unidas. Bem, a maioria parece achar que não, mas como sabemos o que conta é o que os EUA decidem ser os seus interesses, e infelizmente ninguém pode fazer nada para o impedir. Este artigo apresenta os diferentes argumentos acerca desta questão.
Mas ao ler sobre este assunto surgiu-me uma questão perfeitamente académica. Se os EUA iniciassem movimentações militares para se posicionarem para um eventual ataque ao Irão, teria ou não este argumentos legítimos para atacar solo norte-americano com armas nucleares? Quer-me parecer que sim. É claro que isto seria um suicídio, mas o Irão poderia decidir que na impossibilidade de ganhar uma guerra contra os EUA e na certeza de que os seus civis seriam vítimas de um ataque norte-americano, deviam causar o máximo de danos possíveis aos EUA como forma de enfraquecer a sua força. A melhor forma de o fazer seria não com ataques de mísseis, que teriam um efeito reduzido ou nulo devido às capacidades anti-mísseis dos EUA, mas sim com um conjunto de ataques suicidas com recurso a armas nucleares auto-transportáveis sobre um conjunto de alvos estratégicos. E seria este ataque legítimo? Face à política declarada de ataques preventivos dos EUA(preemptive atacks), ao seu poderio militar e às demonstrações recentes de que estão dispostos a pôr essa política em prática, seriam os próprios EUA a legitimar o ataque.
BBC NEWS | Middle East | Would an attack on Iran be legal?: "Would an attack on Iran be legal?
By Paul Reynolds
World Affairs Correspondent, BBC News website
As diplomatic attempts continue in the UN Security Council to get Iran to suspend its nuclear enrichment activities, the question has been raised about an American attack on Iran and whether it would be legal under international law."
Mas ao ler sobre este assunto surgiu-me uma questão perfeitamente académica. Se os EUA iniciassem movimentações militares para se posicionarem para um eventual ataque ao Irão, teria ou não este argumentos legítimos para atacar solo norte-americano com armas nucleares? Quer-me parecer que sim. É claro que isto seria um suicídio, mas o Irão poderia decidir que na impossibilidade de ganhar uma guerra contra os EUA e na certeza de que os seus civis seriam vítimas de um ataque norte-americano, deviam causar o máximo de danos possíveis aos EUA como forma de enfraquecer a sua força. A melhor forma de o fazer seria não com ataques de mísseis, que teriam um efeito reduzido ou nulo devido às capacidades anti-mísseis dos EUA, mas sim com um conjunto de ataques suicidas com recurso a armas nucleares auto-transportáveis sobre um conjunto de alvos estratégicos. E seria este ataque legítimo? Face à política declarada de ataques preventivos dos EUA(preemptive atacks), ao seu poderio militar e às demonstrações recentes de que estão dispostos a pôr essa política em prática, seriam os próprios EUA a legitimar o ataque.
BBC NEWS | Middle East | Would an attack on Iran be legal?: "Would an attack on Iran be legal?
By Paul Reynolds
World Affairs Correspondent, BBC News website
As diplomatic attempts continue in the UN Security Council to get Iran to suspend its nuclear enrichment activities, the question has been raised about an American attack on Iran and whether it would be legal under international law."
sexta-feira, 12 de maio de 2006
Mais olhos que barriga
Este caso parece ser a prova acabada de que ter mais olhos que barriga pode ser muito mau para a saúde. Uma cobra piton tentou engolir um aligator nos Everglades da Florida e explodiu(!). É absolutamente extraordinário...
BBC NEWS | Americas | Snake bursts after gobbling gator
quinta-feira, 4 de maio de 2006
A casa do Zacarias
Uma descrição interessante do complexo prisional onde o Zacarias vai passar o resto dos seus dias. Quem ache que a morte é pior castigo talvez queira reconsiderar.
BBC NEWS | Americas | 'Supermax' prison awaits Moussaoui: "Supermaxes are the highest security lock-ups in the US. Zacarias Moussaoui looks set to live out the rest of his days in a super-maximum security Colorado prison, dubbed 'the Alcatraz of the Rockies'."
Uma vida pela frente
Contrariamente às minhas expectativas, Zacarias Moussaoui não foi condenado à morte mas sim a prisão perpétua. Parece-me que esta solução é melhor. Condená-lo à morte seria fazê-lo atingir um dos seus objectivos principais e serviria apenas para que fosse utilizado como um mártir para motivar mais muçulmanos a seguir-lhe os passos. O que eu não sabia era que ele sofria de perturbações psicóticas... embora talvez essa seja uma característica comum a esses fanáticos.
BBC NEWS | Americas | Moussaoui faces life over 9/11: "Zacarias Moussaoui remained defiant as he was led from court
Al-Qaeda plotter Zacarias Moussaoui is to be formally sentenced to life in jail without the possibility of parole for his role in the 9/11 attacks."
quarta-feira, 3 de maio de 2006
O mistério do urinol da esquerda
Na casa de banho que costumo utilizar aqui no trabalho acontece um fenómeno estranho mas garantido. A casa de banho dispõe de dois urinois. Vamos designá-los por conveniência por "urinol da esquerda" e "urinol da direita". Eu costumo utilizar o da direita, não por convicção política, muito pelo contrário, mas porque por alguma razão me sinto mais confortável nesse do que no outro. Não sei se tem alguma coisa a ver com os tempos eventualmente excessivos que passei a jogar Quake e Doom e outros jogos do género em que estar perto de uma esquina virado para o lado errado podia ser fatal. É que o urinol da esquerda fica logo ao lado da porta, enquanto que o da direita fica entre o da esquerda e uma parede. Assim, se por exemplo entrar um ninja pela porta, tenho muito mais tempo para reagir. Se estiver sozinho na casa de banho posso por exemplo virar-me rapidamente e mijar-lhe para os olhos. Deve arder, porque segundo julgo saber, a urina tem qualidades desinfectantes. Se estiver alguém no urinol da esquerda posso usá-lo como escudo contra os shuriken. Bom, mas depois de toda esta introdução ia-me esquecendo do mistério do urinol da esquerda. É que já desde há muito tempo que venho notando que tipicamente aquele urinol foi usado sem que puxassem o autoclismo, enquanto que o da direita costuma ter a água limpa no fundo. Uma das teorias que tenho para justificar isto tem unicamente a ver com probabilidades. Tem-me parecido que a maior parte dos utilizadores preferem usar o urinol esquerdo. Como há uma grande parte que não usa o autoclismo, o da esquerda fica sujo e o outro não. Porque é que eles preferem o da esquerda ao da direita? Se calhar porque são preguiçosos. Como aquele é o que fica logo ao lado da porta, é o que usam. É claro que para mim isso é como andar sem cinto de segurança. Na esmagadora maioria das vezes o cinto não faz falta, mas quando é preciso convém mesmo estar posto. Sempre quero ver quando um dia estiverem a mijar e lhes entrar um terrorista pela porta. O último pensamento que vão ter vai ser que deviam ter utilizado o urinol da direita.
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