sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Eu Conan

A respeito desta crise existencial lembro-me de que quando era miúdo era o mais rápido da turma. Ninguém corria mais rápido do que eu e em relação à maioria dos rapazes e raparigas da turma ganhava por grande margem. Na apanhada era imbatível fazendo slalons entre resmas de miúdas sem que sequer me conseguissem tocar (na altura a palavra resmas só se usava mesmo para pilhas de folhas de papel de fotocópia). Havia apenas uma rapariga que tinha chumbado, que era mais alta do que eu e tinha umas pernas que nunca mais acabavam, que conseguia chegar perto de mim (agora que penso no assunto, já no liceu ela era daquelas que eram feias como tudo mas compensavam largamente com um corpo que dava vontade de uivar). E era extremamente ágil. Era capaz de saltar mais longe, mais alto que os outros. Nas aulas de ginástica eu era o único que com um daqueles trampolins de madeira dava um mortal por cima do boque (aquela caixa de madeira trapezoidal com o topo almofado constituída por diversas caixas sucessivamente mais estreitas que se encaixavam umas nas outas. Acho que era assim que se chamava).

Por isso quando apareceram os fantásticos desenhos animados "Conan, o Rapaz do Futuro" achei que de forma natural os meus colegas deixariam de me tratar pelo meu apelido para me passarem a chamar de Conan. Para minha surpresa tal nunca aconteceu. O Conan veio e foi, sem que nunca me tivessem chamado de tal. Acho que aos meus coleguinhas lhe faltou um pouco de perspicácia... ou fui eu que fui demasiado ambicioso.

5 comentários:

innocent bystander disse...

acredita, são sempre os outros que estão distraídos...:-)

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Pois, eu também acho que é isso ;-)

innocent bystander disse...

mainada!

LiLith disse...

Pois Conan... O conjunto de caixas chama-se cavalo.

Personalidade Bloguinho Portuga disse...

Cavalo... tens a certeza? O cavalo não era antes um paralelipípedo almofadado com quatro pernas?

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