Há pelo menos dois romances que já foram explorados ad nauseam e que demonstram uma séria incapacidade da indústria cinematográfica para se renovar. Sim, como provavelmente já devem ter adivinhado, estou a falar do Robin dos Bosques e dos Três Mosqueteiros. O Robin dos Bosques é uma personagem lendária que tem sido explorada em diversas séries e filmes, mas em relação à qual existem referências desde 1420. Foi passada ao formato audiovisual pela primeira vez num filme mudo de 1908, realizado por Percy Stow e com o título de Robin Hood and His Merry Men. Parece o título de um filme de porno gay, mas na altura a produção de filmes devia ser tão cara que provavelmente não existia essa especialidade de pornografia cinematográfica. A Wikipedia tem o registo de nada menos que 47 filmes e 12 séries de televisão, produzidos entre os anos de 1908 e 2011, em que o Robin dos Bosques é a figura central. Os filmes abrangem pelo menos 3 tipos: aventuras, comédia e pornográfico.
O romance Os Três Mosqueteiros foi escrito por Alexandre Dumas "apenas" em 1844. No entanto a dimensão do abuso audiovisual desta obra é só um pouco menor que a da personagem anterior: de 1912 a 2011 existem nada mais, nada menos que 34 adaptações sob a forma de filmes, séries e filmes animados.
Isto para não falar das adaptações ao teatro, à banda desenhada e ainda ao ballet.
Existem ainda outras obras que são muito exploradas, nomeadamente as das personagens Sherlock Holmes, as obras de Jules Verne, entre outras. Mas quer-me parecer que as duas que referi são do mais abusado que se pode encontrar.
Se calhar já chega, não?
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