sábado, 15 de junho de 2019

Operações Especiais Anti-Hipster (OEAH)

As Operações Especiais Anti-Hipster (OEAH) são uma unidade de elite clandestina cuja missão é a eliminação do flagelo da barba hipster. Demasiadas pessoas  vêem as suas vidas destruídas pela obsessão com a manutenção de uma barba estilosa e os membros desta unidade de elite juraram proteger a sociedade dessa praga. É uma luta inglória porque a taxa de contágio é muito elevada, mas nada demove estes guerreiros. A unidade é composta pelos melhores especialistas de várias áreas, nomeadamente comunicações, espionagem, penetração de redes e computadores e, a mais importante de todas, a barbearia. Cada missão tem as suas especificidades mas uma missão típica passa pelos seguintes passos:

Identificação de alvos - esta identificação é feita através de vários processos. Alguns alvos são identificados através de câmaras colocadas junto aos principais antros de propagação desta praga, as barbearias vintage. Outros alvos são identificados através de um vírus nos sistemas informáticos das Finanças que enviam um alerta sempre que é recebida uma factura de uma casa de contágio. Aliás, esta foi a principal razão para a criação do eFactura. Um dos elementos dos OEAH conseguiu convencer o Governo de Passos Coelho de que se poderia convencer a população a pedir mais facturas se se criassem incentivos financeiros com base no IVA recolhido das facturas. Mas na realidade o principal intuito desta medida era a identificação de elementos da população afectados por barbitis hipestariana.

Planeamento de operações - identificado um alvo é feito um levantamento exaustivo dos meios de informação necessários à execução da operação de salvamento. O alvo é observado nas suas rotinas diárias, os seus equipamentos electrónicos são pirateados e são identificados os melhores locais para a captura do exemplar. A missão é desenhada ao mais ínfimo pormenor. Nalguns casos é feita uma réplica do local de captura e a equipa treina todos os passos da missão até os movimentos se tornarem tão naturais que falhar é practicamente impossível.

Execução da operação - No dia da operação a equipa sai para o terreno. É utilizada uma carrinha especialmente desenhada para o efeito, completamente insonorizada e com uma cadeira de barbeiro. Tipicamente dois elementos da equipa convergem para o local de extracção recebendo instruções por rádio de um terceiro elemento dentro da auto-barbearia. Um drone segue o alvo, o que permite saber a sua localização a cada momento. É essa informação que permite aos elementos no terreno ajustar a sua velocidade para que convirjam no ponto de captura exactamente ao mesmo tempo. Nesse momento o alvo é manietado e é-lhe administrado um soporífero para que a cura possa ser aplicada sem lhe causar danos físicos. Após o soporífero fazer efeito, o espécime é introduzido na auto-barbearia e é sentado na cadeira de barbeiro e o especialista barbeiro entra em acção. Outra vantagem do soporífero é a remoção da barba ser menos traumática. Enquanto o barbeiro faz o seu trabalho, a viatura desloca-se para a habitação do espécime capturado. É levado em braços para o seu quarto e deitado com cuidado. Aplica-se-lhe o antídoto, são medidos os sinais vitais e a equipa retira-se. Quando o alvo acorda encontra-se desorientado. Normalmente leva as mãos à cara e percebe que tem um escanhoado perfeito. É deixado um equipamento com uma mensagem de vídeo que explica que se encontra liberto da sua barba de hipster e que, embora seja expectável que venha a sentir alguns sintomas de privação, deverá resistir à tentação de deixar crescer novamente a barba. É-lhe apresentado também um estudo financeiro, baseado nas despesas dos últimos anos que demonstra os danos financeiros que a obsessão pela barba causou.

Esta unidade já salvou mais de 600 portugueses desta calamidade pública desde a sua formação em 2011, mas o Estado negará sempre a sua existência.

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