quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Quando os presidentes e os candidatos batem no fundo

As campanhas eleitorais não costumam agraciar-nos com momentos de elevação dignos de nota. Muito pelo contrário, o que não falta são exemplos que nos envergonham. Mas quer-me parecer que hoje dois dos candidatos, um deles o próprio Presidente da República (PR), deram exemplos do que é bater no fundo. Penso que estes exemplos são dignos de referência numa cadeira de marketing político como algo a evitar. Cavaco utilizou-se da actual situação de crise para apelar ao espírito de poupança dos portugueses. Segundo Cavaco, uma segunda volta na presidenciais representaria um custo a que o país não se pode dar ao luxo. Ou seja, votar em Cavaco é um dever patriótico em prol das Finanças deste Portugal endividado. Será que Manuela Ferreira Leite faz parte da eq1uipa de conselheiros de Cavaco? É bonito ver um direito basilar da democracia como um exercício de poupança financeira. Só demonstra a falta de cultura democrática do actual PR. Demonstra também, como se de mais demonstrações necessitássemos, que Cavaco não serve para Presidente. Pegando no argumentário de Cavaco eu proponho uma forma de tornarmos as eleições ainda mais baratas: vamos eliminar o direito de voto e realizar as eleições através do sorteio do Totoloto. Cada candidato à Presidência apresenta uma selecção de 12 números. Aquele que acertar em mais números no Totoloto ganha. Se houver empates repete-se o processo no fim de semana seguinte só com os empatados. A Comissão Nacional de Eleições só teria de consultar os resultados no sítio da Santa Casa. Penso que é evidente a poupança que este processo traria para o Estado.

(Ler mais neste artigo do Público)

O segundo exemplo de um candidato a bater no fundo foi dado por Fernando Nobre. Num momento de clarividência duvidosa, Fernando Nobre referiu que "as suas fontes" lhe garantiam que nos próximos dias as coisas iam levar uma grande volta. Referia-se aos resultados das sondagens que indicam a vitória de Cavaco à primeira volta. Mas segundo as "fontes" de Nobre, este conseguiria ultrapassar Alegre e disputar a segunda volta com Cavaco. Que fontes serão estas? Alguém próximo de Deus? Ou será alguém que conhece os autores das sondagens e que sabe que estas foram manipuladas para esconder a verdadeira pujança da campanha de Fernando Nobre? [nota: teoria da conspiração descarada] Será que Fernando Nobre se apercebe do ar desesperado (e ligeiramente tresloucado) que transmite quando se refere sucessivamente às suas "fontes" como se conhecesse alguém que conhece as verdadeiras intenções dos eleitores portugueses?

(Ler mais neste artigo do Público)

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