quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Receita de molho de tomate

Para 2 pessoas.

Ingredientes
2 alhos franceses pequenos
1/2 lata de tomate pelado
3 dentes de alho
Azeite q.b.
Sal q.b
Vinagre balsâmico q.b.

Passos
1. Cortar o alho francês às rodelas
2. Pôr o azeite a aquecer
3. Refogar o alho francês
4. Juntar os dentes de alho e o tomate pelado partido aos pedaços
5. Temperar com sal e mexer
6. Deixar cozinhar um bocado
7. Juntar o vinagre balsâmico
8. Deixar cozinhar mais um bocado
9. Passar tudo com a varinha mágica

sábado, 17 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo e a Liberdade de Expressão

 O debate que se seguiu ao crime hediondo que ocorreu em Paris veio demonstrar que quando colocadas perante as Grandes Questões da Civilização, muitas pessoas deixam-se enredar num argumentário obtuso que resulta na desculpabilização dos criminosos e na tentativa de racionalização do irracional. A escolha é bastante clara: queremos manter os nossos ideais que incluem a Liberdade de Expressão, Igualdade entre os Sexos, a impossibilidade de perseguir por motivos de credo, raça e orientação sexual, o primado da Lei e a laicidade do Estado, entre outros, ou voltar aos tempos do Absolutismo em que a arbitrariedade e a injustiça reinavam? Quem é que julga que colocando limitações à Liberdade de Expressão para evitar ofender este ou aquele grupo não vai ter de ceder mais e mais nos outros princípios? Como foi discutido ontem no Governo Sombra, e seguramente noutros fora, é praticamente impossível dizer uma frase completa sem ofender pelo menos uma pessoa neste planeta. O tema da Liberdade de Expressão e dos seus limites já foi debatido em todas as suas vertentes até à exaustão e parece-me que todas as conclusões já foram tiradas previamente. A Liberdade de Expressão, e o seu corolário, a Liberdade de Imprensa, não podem ser limitadas porque as consequências dessas limitações para a Democracia não são aceitáveis. No tipo de sociedade em que vivemos, quem se sente ofendido tem o direito a procurar compensação em tribunal. O tribunal decidirá se houve ou não abuso da Liberdade de Expressão. Não se podem colocar limites à Liberdade de Expressão, seja por razões religiosas, políticas ou outras. Este é um princípio basilar de que não estou disposto a abdicar. Se for necessário estou disposto a pegar em armas para o defender, ainda que espero que o nosso Estado seja suficientemente robusto para que isso não seja necessário. Como diz o ponto 1 do artigo 37 da Constituição Portuguesa, "todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações".

Como exemplo do que está em causa não poderíamos arranjar melhor nem mais paradigmático do que a proibição de desenhar Maomé. Não quero entrar na discussão de se de facto Maomé pode ou não ser desenhado, o que parece que nem para os próprios muçulmanos é tão líquido como isso. A questão, bem mais fundamental e bem mais profunda, é a seguinte: podem membros de uma religião impor ao membros de outras e até aos agnósticos, os seus princípios e proibições? Penso que a resposta será clara para todos: NÃO! Se fosse possível aos muçulmanos impor à consciência e actos de crentes de outras religiões e a não crentes a proibição de algo tão básico como o de fazer um desenho, porquê parar por aí? Onde é que colocaríamos a linha vermelha do que não estaríamos dispostos a deixar de fazer mesmo que isso ofendesse os muçulmanos? E já agora, e todas as outras religiões? Não terão os hindus o direito de se sentirem ofendidos por nós comermos carne de um animal sagrado, ou seja, a vaca? Que outras proibições mirabolantes se seguiriam para evitar ofender as delicadas sensibilidades dos seguidores das centenas de religiões que são hoje seguidas neste planeta? Vamos deixar de cantar e dançar porque os muçulmanos fanáticos acham que isso não é permitido? Vamos proibir o acesso das mulheres à educação porque os talibãs se sentem ofendidos? Vamos apedrejar as mulheres que forem violadas pelo crime de adultério? Vamos excomungar quem comer bivalves, o que o Leviticus 11:10 considera uma abominação? Etc.

Parece-me que a resposta deve ser clara. Aqui, em França e noutros países as sociedades evoluíram para se tornarem mais abertas, tolerantes, igualitárias e "tendencialmente" laicas. Como tal não pode haver cedências naqueles que são os princípios básicos da Civilização Ocidental. Desenhar Maomé pode ser visto como uma ofensa? Lamentamos muito, mas cá no burgo isso não é proibido. Quem se sentir ofendido é livre de apresentar os seus argumentos em tribunal e procurar a devida compensação.

Finalmente, a sátira, não só não deve ser proibida, como não deve sequer ser limitada. A sátira tem um papel essencial para a Democracia. Na suas formas escrita, oral e desenhada serve para pôr a nu as incoerências e hipocrisias da Sociedade e dos seus actores principais e funciona como uma das formas de escrutínio da Democracia e das suas instituições. Portanto, não, não podem haver limites à Liberdade de Expressão e sim, pode-se gozar com as crenças e as práticas religiosas, políticas e sexuais de todos, sejam eles muçulmanos ou de outra religião qualquer.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Confusão aromática

Ontem entrei na cozinha e um odor despertou-me uma memória do passado. Há muitos, muitos anos, depois de uma valente foda, fui a um restaurante de comida rápida comer um hambúrguer. Era uma esplanada na Praça da figueira, não faço ideia se ainda existe. Para grande surpresa minha, o hambúrguer sabia a cona. Na realidade o hambúrguer saberia a hambúrguer, só que o forte odor a cona que provinha das minhas mãos sobrepunha-se ao sabor original. Porventura não terei lavado bem as mãos, ou não as terei lavado de todo. Não consigo precisar. A experiência não foi má, apenas curiosa. Era quase como se estivesse numa trip em que os sentidos tinham sido trocados. A propósito de odores, fico na dúvida se "odor a cona" será uma caracterização correcta. Cheira a cona ou a sexo? Serão os odores dos lubrificantes masculino e feminino, do suor e do esperma todos combinados que resultam naquele buquê? Ou os fluidos vaginais sobrepõe-se a tudo? São questões que me atormentam, tenho de esclarecer isto da próxima vez. No seguimento dessa memória surgiu-me outra questão. Tendo em conta o efeito aromático que os espargos têm na urina, será que alteram também o odor feminino? Seria curioso estar a fazer cunilingus e sentir aquele característico odor a espargos. Podia ser uma oportunidade de negócio. Alimentos que alteram os odores do sexo. Já li num sítio qualquer que o ananás altera o sabor do esperma. E lembro-me de, há ainda mais anos atrás, penso que teria eu uns 15 anos, ter descoberto debaixo da cama de um tio um filão imenso de Playboys, Penthouses e outras que tais. Numa Playboy, nas cartas dos leitores, um fã da revista descrevia como tinha descoberto que uma dieta vegetariana tornava as vaginas mais doces. Essa carta ficou-me gravada na memória de tal maneira que me recordo da frase final: "so girls, if you want to taste sweet, stay off the meat".

domingo, 4 de janeiro de 2015

Gin - a bebida da moda

Nesta passagem de ano um dos convidados trouxe gin de duas marcas diferentes para fazer cocktails para os restantes convivas. Veio munido de um conjunto completo de utensílios de barman, de ingredientes para preparar os cocktails, uma garrafa de gin Bulldog e outra de outra marca que me escapou e finalmente água tónica da marca Nordic que, segundo nos explicou, era muito mais cara do que a Schweppes. Entre os ingredientes contavam-se pimenta rosa, cardamomo, sementes de anis, papaia, toranja e lima. É possível que houvessem mais ingredientes, mas não os fixei. Preparou três cocktails diferentes, embora eu só tenha bebido dois. O terceiro limitei-me a experimentar de outra pessoa porque à hora que era já não me apeteciam bebidas frias. Foi muito bom ter tido este contacto com os cocktails da moda a preços reduzidos (os custos foram divididos por todos, mas não incluíram o salário do barman) porque me permitiu confirmar uma suspeita que tinha desde que a indústria da animação nocturna decidiu eleger o Gin como bebida da moda e veículo para incrementar  as receitas: as bebidas alcóolicas não sabem melhor só porque as passam a vender mais caras, ou porque as vendem em garrafas mais bonitas ou ainda porque enchem os copos em que são servidas com coisas coloridas. A única razão que vejo para cobrarem mais dinheiro por aqueles cocktails é o trabalhão que dá ao empregado de bar encher o copo de coisas que não têm outro efeito que não seja mudar a apresentação do velho e estafado gin tónico. O primeiro e o terceiro cocktails, apesar de num boiarem uma casca de lima e uma rodela de toranja e no outro uma espiral de papaia e possivelmente pimenta rosa, a verdade é que em termos de sabor não passavam de gins tónicos vestidos com uns trapinhos diferentes. Sabiam exactamente ao mesmo que os gins tónicos com a velhinha Schweppes que eu bebia há vinte anos atrás. O segundo cocktail já era melhorzito. Incluía anis que lhe dava um sabor adocicado diferente do tradicional Gin tónico.

Admitamos, a febre do gin não passa de um chamariz para simplórios que acham que a vida deles melhora consideravelmente se forem vistos com uma bebida que possa ser identificada rapidamente como sendo "da moda". A moda do gin é ideal para aquelas pessoas que usam o facebook para convencer os seus conhecidos de que têm a vida perfeita. São as pessoas que valorizam mais a forma que o conteúdo.

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